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Mundo

Mortalidade infantil caiu 53% desde 1990 no mundo, mas não atingirá meta

8 set 2015 - 22h56
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A mortalidade infantil se reduziu no mundo em 53% desde 1990, mas essa queda não será suficiente para cumprir a meta fixada há 15 anos nos Objetivos do Milênio, segundo dados divulgados nesta terça-feira pelas Nações Unidas.

Em 2015 morrerão no mundo 5,9 milhões de menores de cinco anos por causas que podem ser evitadas, frente aos 12,7 milhões de 1990, segundo as estimativas da ONU, que calcula que, desde que no ano 2000 se iniciaram os Objetivos do Milênio, as vidas de 48 milhões de crianças foram salvas.

A meta estipulada então era que para neste ano a mortalidade infantil tivesse sido reduzida em dois terços em relação a 1990, razão pela qual o mundo ficará longe de cumprir o objetivo.

"Salvar as vidas de milhões de crianças em contextos urbanos e rurais, nos países ricos e pobres, é uma das primeiras grandes conquistas do novo milênio, e um dos maiores desafios dos próximos 15 anos é acelerar ainda mais este progresso", disse em comunicado a diretora-executiva adjunta do Unicef, Yoka Brandt.

A taxa anual mundial de redução da mortalidade de menores de cinco anos entre 2000 e 2015, 3,9%, se duplicou em comparação com os registros da década de 90.

"Os dados nos indicam que milhões de crianças não têm que morrer se realizarmos um maior esforço para chegar a todas elas", destacou Brandt.

A ONU deu como exemplo os enormes progressos conseguidos por 24 países em desenvolvimento (entre eles Bolívia, El Salvador e Nicarágua), que cumpriram a meta dos Objetivos do Milênio reduzindo a taxa de mortalidade dos menores cinco anos em dois terços ou mais.

Por regiões, Ásia e Pacífico e América Latina e Caribe cumpriram esse objetivo, diminuindo a mortalidade infantil em 69% e 67%, respectivamente.

Segundo as Nações Unidas, nos próximos 15 anos poderiam ser salvas 38 milhões de vidas se foram acelerados no mundo todo os progressos em linha com o fixado nos novos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável que serão aprovados oficialmente este mês e que substituirão os do Milênio.

Neles, a meta é reduzir as taxas de mortalidade de menores de cinco anos a 25 mortes ou menos por cada 1.000 nascidos vivos em 2030.

Entre outras coisas, a ONU aposta por soluções "simples, de grande impacto e rentáveis" para reduzir a mortalidade infantil, como o atendimento especializado na etapa pré-natal, durante o parto e na etapa pós-natal, a lactação materna, a imunização e a melhora na qualidade da água e do saneamento.

Além disso, ressalta também a importância do tratamento de reidratação oral para combater a diarreia, os antibióticos para a pneumonia, os suplementos nutricionais e os alimentos terapêuticos.

A desnutrição contribui para quase metade da mortalidade das crianças menores de cinco anos, segundo o relatório divulgado hoje pela ONU.

A pior situação continua assolando a África Subsaariana, onde uma de cada 12 crianças morrem antes de completar os cinco anos, frente à média de 1 de cada 147 dos países ricos.

Os 15 países com maior mortalidade infantil no mundo são todos africanos, liderados por Angola, Chade e Somália, com 157, 139 e 137 mortes por cada 1.000 nascidos, respectivamente.

Fora da África, o Afeganistão lidera a estatística, com 91 mortes por cada 1.000, enquanto na América Latina e no Caribe o pior é o Haiti (69 mortos por cada 1.000), seguido de longe por Guiana (39) e Bolívia (38).

No total, a cada dia morrem no mundo 16.000 crianças por causas evitáveis, quase a metade durante seus primeiros 28 dias de vida.

EFE   
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