Milhares de refugiados passam a noite entre Sérvia e Eslovênia
Milhares de refugiados passaram a noite sob a chuva e o frio à espera de uma permissão para passar da Sérvia à Croácia, e depois à Eslovênia, duas fronteiras que sofrem aglomerações dentro da rota dos emigrantes rumo à Alemanha e outros países da Europa Ocidental.
"A noite passada foi uma dos mais difíceis. Tivemos uma afluência enorme de gente, muitas famílias separadas. Pessoas que chegavam nuas e descalças em meio à chuva", comentou a porta-voz da Cruz Vermelha Croata, Katarina Zoric.
Zoric descrevia assim a situação na fronteira com a Sérvia, onde a polícia croata mantém fechada desde o domingo a passagem aos refugiados para regular a afluência.
Após a Hungria selar no sábado a fronteira com a Croácia e a rota ter sido desviada à Eslovênia foram criadas aglomerações, já que as autoridades eslovenas deixam passar diariamente menos gente do que a Croácia.
Situação igualmente dramática é vivida na fronteira entre Croácia e Eslovênia, onde os serviços de urgência precisaram intervir várias vezes para atender mulheres grávidas e crianças em estado de hipotermia.
O ministro do Interior croata, Ranko Ostojic, afirmou nesta segunda-feira que "a situação está estável e sob controle". Segundo ele, mais de 2,5 mil refugiados entraram na Croácia nesta madrugada.
As autoridades eslovenas afirmaram que o fluxo de refugiados que chega da Croácia superou os limites sustentáveis e pediram a ajuda de outros países europeus. Além disso, será analisada no parlamento uma modificação legal que permita ao exército participar do controle da fronteira.
O governo esloveno informa que só ontem entraram no país oito mil pessoas, enquanto que a Áustria, a escala seguinte no caminho, só permitiu a entrada de duas mil refugiados.
Segundo a agência eslovena "STA", hoje havia cerca de 8.390 refugiados em centros de atendimento na Eslovênia. A imprensa croata afirma que após a Eslovênia fechar as fronteiras ou permitir uma passagem muito reduzida, as autoridades croatas começaram a deixar que os refugiados entrassem em solo esloveno sem ter de passar por postos fronteiriços oficiais.
As autoridades croatas preveem que a afluência de refugiados aumente, já que a Sérvia deve receber uma nova onda de 10 mil pessoas que vêm pela chamada rota dos Bálcãs.