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Mercosul se reúne em Brasília em busca da distante integração regional

13 jul 2015 - 18h56
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A cúpula semestral do Mercosul, que acontecerá nesta semana em Brasília, reunirá uma boa parte da sopa de letras que forma a integração latino-americana, considerada por muitos analistas ainda uma quimera, apesar da existência de vários órgãos regionais.

Na cúpula estarão presentes os presidentes de Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Venezuela, os cinco membros plenos do bloco, além de Chile, Peru, Equador, Bolívia, Colômbia, Suriname e Guiana, países que têm status de associados ao Mercosul.

Esses mesmos 12 países formam a União de Nações Sul-americanas (Unasul), são pouco mais de um terço dos membros da Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac) e a grande maioria também pertence à Associação Latino-Americana de Integração (Aladi).

Estes três organismos foram convidados a participar também da Cúpula de Brasília, assim como representantes de outros mecanismos regionais, como a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) e o Sistema Econômico Latino-americano e do Caribe (SELA).

A América do Sul conta ainda com instituições financeiras como o Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF) e o Fundo Financeiro para o Desenvolvimento da Bacia da Prata (Fonplata), e promete que neste ano o Banco do Sul finalmente começará a funcionar, já que ainda está no papel, apesar de seu convênio constitutivo datar de abril de 2012.

Apesar dessa multiplicidade de órgãos, a integração da América Latina ainda usa fraldas e, de acordo com a Cepal, a troca comercial entre os países da região representa só 19% de suas exportações totais.

Essa taxa revela que há muito caminho a percorrer nos processos de integração regional, sobretudo se comparado com os dados da União Europeia (UE), cujos sócios exportam 59% de seus produtos internamente aos países do bloco.

No caso do Mercosul, que nasceu há 24 anos com a meta de se tornar um mercado comum, o chamado comércio "intrabloco" representa somente 15% da troca global dos seus cinco sócios, que individualmente têm como maiores parceiros comerciais Estados Unidos e China.

O bloco sul-americano também tem comprovadas dificuldades de chegar a acordos com outros mecanismos de integração ou países, e desde sua fundação só estabeleceu tratados com Israel, Índia, África do Sul, Egito, Marrocos e com o Conselho de Cooperação do Golfo, entre outras nações e grupos que incluem também a Palestina.

Para muitos analistas, o melhor exemplo dessas limitações está nas longas negociações com a UE, que se arrastam sem sucesso há quase duas décadas, período no qual o bloco europeu alcançou acordos com quase todo o resto da América Latina.

O Brasil, maior economia da América Latina e que enfrenta o fantasma da recessão, aposta em dar um novo impulso a essas conversas, e para isso pediu a flexibilização da norma que impede os membros do Mercosul de negociarem acordos comerciais individualmente.

De fato houve uma nova aproximação e, na última cúpula da UE e da Celac, realizada em junho em Bruxelas, delegados do Mercosul e da União Europeia concordaram em trocar ofertas antes do fim deste ano. No entanto, a troca é somente o primeiro passo de um processo ainda incerto.

A negociação com a UE será um dos assuntos que o Mercosul tem na agenda desta cúpula, em que também estará representada a Aliança do Pacífico, outro mecanismo regional formado por Chile, Peru, Colômbia e México.

Brasil, Uruguai e Paraguai também desejam uma aproximação com esse bloco, nascido em 2011 para ampliar seus horizontes comerciais, mas para isso precisarão vencer "empecilhos ideológicos" que ainda persistem na Argentina e na Venezuela.

EFE   
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