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Mundo

Mercosul: permanência da Venezuela no Mercosul só depende de seus cidadãos

6 mar 2013 - 13h52
(atualizado às 14h13)
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O governo do Uruguai, que exerce a presidência pró témpore do Mercosul, informou nesta quarta-feira à Agência Efe que, após a morte do presidente Hugo Chávez, dependerá apenas do povo da Venezuela que esse país continue a fazer parte do bloco formado também por Brasil, Argentina e Paraguai (temporariamente suspenso).

"Para nós, a entrada da Venezuela é legítima e irreversível. Sua permanência dependerá somente da vontade dos venezuelanos", afirmou Roberto Conde, chanceler uruguaio interino devido à ausência do ministro Luis Almagro, que viajou à Venezuela para comparecer ao sepultamento de Chávez, falecido ontem.

Conde, que é o vice-ministro de Relações Exteriores de seu país, lembrou que os Estados-membros do bloco fizeram "reiteradas declarações sobre a importância da permanência da Venezuela no Mercosul".

Ele esclareceu também que ainda não há uma data confirmada para a cúpula presidencial semestral na qual o Uruguai deverá entregar este ano a titularidade temporária do grupo à Venezuela, que a assumirá pela primeira vez, mas o governo uruguaio propôs para 28 de junho ou 5 de julho.

No debate para definir o dia em que será realizada a reunião multilateral, para a qual foi convidada Cuba e na qual poderia haver avanços sobre a potencial entrada da Bolívia, atualmente na condição de Estado associado, entra agora em jogo também a situação interna da Venezuela, admitiu Conde.

"É preciso ver agora qual vai ser o calendário eleitoral na Venezuela, um elemento novo que teremos que levar em conta", disse.

Questionado sobre a possibilidade de que o partido governista venezuelano não ganhe o pleito, o vice-chanceler disse não poder responder em nome do governo uruguaio, mas sim a título pessoal, como "velho dirigente socialista que conhece muito bem a realidade interna venezuelana".

"Minha resposta pessoal é que estamos esperando uma confirmação do processo bolivariano. Não esperamos enfrentar mudanças dramáticas como, por exemplo, uma deserção da Venezuela do Mercosul", declarou.

Na opinião de Conde, "só um cenário no qual a oposição venezuelana pudesse ganhar por uma contundente maioria poderia reverter esse processo".

Além disso, o vice-ministro ratificou a legitimidade da postura de Argentina, Brasil e Uruguai no processo que permitiu em 2012 a entrada venezuelana no Mercosul, produto da suspensão temporária do Paraguai no mesmo ano.

"Para nós, o Paraguai (um dos quatro fundadores do grupo em 1991) não estava em exercício de seu direito de voto quando foi resolvida a entrada da Venezuela", declarou.

A aceitação da Venezuela como membro pleno do bloco estava travada há anos pelo Parlamento paraguaio, que se negava a ratificá-la.

O Paraguai foi suspenso devido ao impeachment do presidente Fernando Lugo em um julgamento político no Congresso paraguaio que seus parceiros no Mercosul qualificaram como "golpe de Estado parlamentar".

EFE   
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