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Mundo

Marrocos anuncia "dezenas de detidos" enquanto saarauís mostram preocupação

11 nov 2010 - 19h04
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Apenas quatro dias após os protestos pelo desmantelamento de um acampamento nos arredores da cidade de El Aaiun, no Saara Ocidental, o Governo marroquino anunciou nesta quinta-feira "dezenas de detenções", enquanto fontes saarauís falam de um clima generalizado de temor.

Após o Conselho de Governo realizado nesta quinta-feira, o porta-voz governamental marroquino e ministro de Comunicação, Khalid Naciri, insistiu quanto à "manutenção da mobilização para defender a causa nacional com o objetivo de abortar todas as manobras dos inimigos" da integridade territorial.

Nesse grupo, incluiu os "criminosos responsáveis pelos distúrbios" na capital administrativa do Saara Ocidental.

"Todas as detenções foram feitas dentro da lei e com a supervisão da Procuradoria Geral", disse.

O presidente da Associação Saara Marroquina (ASM), Reda Taujni, relatou à Agência EFE que, segundo suas fontes, o número de detidos subiu para 172, entre os quais também há uma minoria de "cidadãos pró-marroquinos" que participaram dos distúrbios.

"A Polícia está entrando em muitas casas para buscar os jovens, e aterrorizam as famílias", disse um ativista que pediu para manter o anonimato, e que anunciou sua intenção de deixar El Aaiun "o mais rápido possível" para não ser detido.

Também nesta quinta, a Polícia marroquina deteve três jornalistas espanhóis da rádio "Cadeia SER" que tinham conseguido entrar na cidade.

O último balanço oferecido por Rabat relata que dez integrantes das forças marroquinas "foram assassinados de maneira bárbara" em confrontos com os manifestantes locais. Já entre os civis saarauís, um morreu, segundo o mesmo relatório.

Por sua vez, o Escritório do Ministério de Territórios Ocupados da República Árabe Saarauí Democrática (RASD) declarou nesta quinta que mais de 4,5 mil cidadãos locais ficaram feridos, e estipulou em mais de 2 mil o número de detidos.

EFE   
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