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Mundo

Mandela segue em estado "crítico", diz governo sul-africano

25 jun 2013 - 11h37
(atualizado às 11h41)
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O ex-presidente sul-africano Nelson Mandela permanecia em estado crítico no hospital nesta terça-feira, mais de duas semanas após ter sido hospitalizado com uma infecção pulmonar, informou o governo.

O gabinete do presidente Jacob Zuma disse que os médicos estão fazendo o melhor para garantir "a recuperação, o bem-estar e o conforto" do ex-presidente, de 94 anos, que foi o primeiro líder negro da África do Sul nas eleições históricas de 1994.

Madiba, como é carinhosamente conhecido no país, é reverenciado entre a maioria dos 53 milhões de sul-africanos como o arquiteto da transição para a democracia multiracial, após três séculos de regime branco.

No entanto, a mais recente internação do líder da luta contra o apartheid --a quarta em seis meses-- reforçou a percepção de que o pai da "Nação Arco-Íris" não estará sempre por perto.

A piora do estado da saúde de Mandela, neste fim de semana, de "grave, mas estável" para "crítico" causou uma mudança perceptível no humor nacional. Em vez de orações por sua recuperação, o país passou a preparar um adeus.

"Seria egoísta de nossa parte esperar que ele viva para sempre", disse a chef Andisiwe Matiwane, de 29 anos, morador da Cidade do Cabo. "Precisamos ser maduros emocionalmente e deixarmos a natureza seguir seu curso. Gostaríamos muito que ele ficasse aqui para sempre, mas isso é impossível."

O presidente dos EUA, Barack Obama, deve visitar a África do Sul nesta semana, como parte de uma viagem por três países da África. Zuma disse nesta segunda que o agravamento do estado de saúde de Mandela não afetaria a viagem.

Mandela deixou a Presidência em 1999, após cumprir um só mandato, e desde então se mantém politicamente discreto no país, o mais rico da África. Sua morte não deve causar grande impacto político.

Sua última aparição pública foi acenando para torcedores em um carrinho elétrico, logo antes da final da Copa do Mundo de 2010, em Johanesburgo.

Desde sua aposentadoria, Mandela se divide entre sua casa, no refinado bairro de Houghton, em Johanesburgo, e Qunu, a aldeia na província pobre do Cabo Oriental, onde ele nasceu.

A última imagem dele foi exibida em abril pela TV pública, durante visita de Zuma e de outros dirigentes do partido governista CNA à casa dele. Mandela então já apareceu frágil e magro, sentado sem expressão em uma poltrona.

(Reportagem de Ed Cropley e Wendell Roelf)

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