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Mandela aparece "de surpresa" em comício do seu partido

19 abr 2009 - 09h36
(atualizado às 11h19)
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O ex-presidente da África do Sul Nelson Mandela apareceu inesperadamente neste domingo no último comício do CNA (Congresso Nacional Africano, partido de Mandela) antes das eleições.

Mandela (dir.) foi aplaudido pelos eleitores antes do discurso de Jacob Zuma (esq.), líder do CNA
Mandela (dir.) foi aplaudido pelos eleitores antes do discurso de Jacob Zuma (esq.), líder do CNA
Foto: Reuters

Vestindo a camisa do partido, Mandela, 90 anos, foi aplaudido pelos eleitores antes do discurso de Jacob Zuma, líder do CNA.

A expectativa é de que Zuma seja eleito o novo presidente da África do Sul nas eleições da próxima quarta-feira, as mais concorridas desde o fim do Apartheid no país, em 1994.

O partido Cope (Congresso do Povo) - formado por uma dissidência do CNA há quatro meses - também realizou seu último comício antes das eleições, na província de Limpopo.

Segundo as últimas pesquisas de opinião, o partido pode conquistar 15% dos votos.

Dura disputa
A rara aparição pública de Mandela - que entrou no estádio Ellis Park, em Joanesburgo, ao lado de Zuma em um carrinho de golfe - é vista como um claro endosso à candidatura do líder do CNA.

Mandela pediu ao CNA que se lembre que sua principal tarefa é erradicar a pobreza e construir uma sociedade unida e não racial.

"Enquanto lutamos para garantir uma vitória decisiva para nossa organização, temos que nos lembrar de nossa primeira tarefa. É erradicar a pobreza e garantir uma vida melhor para todos", disse Mandela em uma breve mensagem pré-gravada, tocada enquanto ele estava no palanque.

"O CNA tem a responsabilidade histórica de liderar nosso país e ajudar a construir uma sociedade unida e não racial", acrescentou ele.

O CNA espera repetir o resultado de cinco anos atrás, quando se elegeu com a maioria de dois terços do parlamento, mas desta vez a disputa deverá ser mais dura.

No sábado, milhares de pessoas compareceram a uma reunião do partido oficial da oposição - a Aliança Democrática - na Cidade do Cabo.

"Todo voto conta nesta eleição", disse a líder Helen Zille aos eleitores. "Cada voto, porque o seu voto pode ser aquele que vai manter o CNA abaixo da maioria de dois terços e o seu voto, o seu voto pode muito bem ser aquele que vence o Oeste da Cidade do Cabo para a AD."

A Aliança Democrática teme que se o CNA obtiver a maioria de dois terços novamente, poderá usá-la para mudar a constituição e influenciar a independência do sistema judicial do país.

Zille também fez referências frequentes às acusações de corrupção e chantagem apresentadas contra Zuma - que ele nega e das quais foi inocentado no início do mês.

A Comissão Eleitoral Independente informou que mais de 23 milhões de pessoas, entre elas 16 mil sul-africanos vivendo fora do país, se registraram para votar nessas eleições, que estão sendo vistas como as mais importantes desde o fim do Apartheid.

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