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Mundo

Malineses vão às urnas em uma jornada marcada pela calma

11 ago 2013 - 16h46
(atualizado às 16h56)
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Os cidadãos do Mali participaram neste domingo do segundo turno de eleições para escolher o presidente que terá a missão de retirar o país de uma profunda crise, em uma jornada marcada pela calma e uma participação menor do que no primeiro turno, realizado em 28 de julho.

Aproximadamente 6.800.000 eleitores foram convocados para escolher entre o ex-primeiro-ministro Ibrahim Boubacar Keita, que parte como favorito após ter conseguido quase 40% dos votos no primeiro turno, e o ex-ministro de Finanças, Sumalia Cissé, que não perdeu a esperança de superar os 20 pontos que o separam de seu adversário.

Apesar dos pedidos dos dois candidatos para a população ir às urnas, a participação dos cidadãos não superou a do primeiro turno, que foi de 49%.

A votação, realizada logo após a festividade do Aid, que marca o final do mês muçulmano do Ramadã, também foi marcada pela chuva, presente durante grande parte do dia.

Após exercer seu direito ao voto, Keita pediu serenidade e calma aos seus seguidores e a todos os malineses na espera pelos resultados.

Issa Tieman Diarra, ministro da Administração Territorial, disse à Agência Efe que a apuração não iria demorar.

"Com só dois candidatos e os esforços redobrados as coisas irão mais depressa", disse Diarra, que no entanto não indicou quando os resultados serão anunciados.

Após a realização do primeiro turno, os resultados definitivos só foram conhecidos cinco dias depois, o máximo previsto pela lei.

"Nada de provocações, não se deve ficar nervoso seja qual for o veredicto das urnas", disse Keita em relação tanto à celebração antecipada da vitória por seus seguidores após o primeiro turno como às críticas dos resultados feitas pelos simpatizantes de Cissé.

"Estou aqui com os líderes dos partidos que decidiram se unir a nossa luta sem barganhas. É o apoio de mais de 20 candidatos para quem a prioridade é o Mali", disse Keita em relação ao respaldo que recebeu após o fim do primeiro turno.

O ganhador das eleições deverá continuar com a transição democrática que começou pouco depois do golpe de estado de 22 de março de 2012 e com as negociações de paz com os rebeldes tuaregues, que em 18 de junho assinaram um cessar-fogo com as autoridades após um ano e meio de conflito armado.

Os dois candidatos, que nos anos 90 militaram nas fileiras do majoritário partido Adema, propuseram duas formas muito diferentes de abordar a complexa crise.

Keita, que conta com o apoio dos partidos pró-golpistas e de importantes líderes religiosos, apresentou-se como o homem forte que o país necessita para restaurar a autoridade do Estado.

Por sua parte, Cissé, na liderança dos antigolpistas, insistiu durante a breve campanha eleitoral em seu perfil economista e na necessidade de lançar um "plano Marshall" para Mali.

As zonas eleitorais abriram hoje suas portas às 8h locais (5h de Brasília) e fecharam às 18h locais (15h de Brasília).

Cerca de 6.000 observadores nacionais e internacionais, entre eles 100 da União Europeia, fiscalizaram o bom andamento das eleições, que teve algumas melhoras, como computadores e telefones nas sessões para facilitar que os eleitores encontrassem os locais de votação.

Além disso, cerca de 12.000 agentes e soldados, junto aos capacetes azuis da Missão Multidimensional Integrada de Estabilização das Nações Unidas no Mali (Minusma), participaram do dispositivo de segurança para evitar incidentes, depois que o primeiro turno se realizou sob as ameaças do grupo terrorista Monoteísmo e Jihad na África Ocidental (MYAO).

EFE   
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