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África

África do Sul: mais de 100 são detidos por ataques a estrangeiros

28 mai 2013 - 15h19
(atualizado às 15h43)
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Mais de cem pessoas foram detidas na África do Sul pelo envolvimento com ataques contra comerciantes e negócios estrangeiros no bairro de Diepsloot, no norte da capital Johanesburgo, informou o governo sul-africano nesta terça-feira em comunicado. A polícia os acusa de violência pública e, em alguns casos, de participar de assaltos a propriedades e de posse ilícita de armas de fogo.

A violência começou em Diepsloot no domingo passado, quando um comerciante somali matou a tiros dois supostos ladrões zimbabuanos. Desde então, a maioria dos comerciantes estrangeiros - imigrantes procedentes principalmente de outros países africanos- se viram obrigados a fugir após os assaltos e saques.

Tanto o Executivo sul-africano como o partido governamental Congresso Nacional Africano e a oposição condenaram taxativamente os atos de violência. "O governo recebeu com preocupação os chamados ataques xenófobos", declarou a porta-voz governamental, Phumla Williams, em comunicado. "Condenamos categoricamente a violência, não só contra estrangeiros, mas também contra sul-africanos", acrescentou Phumla.

A polícia, que espera que as detenções diminuam o clima de tensão e violência, continua patrulhando as ruas do bairro para manter a ordem. "Alguns estrangeiros que fugiram de Diepsloot foram apedrejados", disse um morador do bairro à emissora de rádio Eyewitness News. "Há opiniões desencontradas entre os moradores: uns querem que fiquem (os estrangeiros) e outros dizem que tiram os empregos dos locais", declarou esse morador de Diepsloot.

Nos últimos dias, ocorreram incidentes parecidos nas zonas de Orange Farm e Sebokeng, no sul de Johanesburgo. A própria polícia recomendou aos estrangeiros que abandonem estes bairros, por não poder garantir sua segurança.

O Fórum de Negócios do Grande Gauteng - província do nordeste do país da qual é capital Johanesburgo - pediu aos comerciantes estrangeiros que "saiam dali", e lhes acusou de "destruir os negócios locais".

Os ataques a imigrantes e negócios gerenciados por estrangeiros são frequentes nos bairros negros pobres da África do Sul. Os residentes locais acusam os estrangeiros de não contratar sul-africanos e de prejudicar seus negócios com a abertura de lojas ilegais.

Em maio de 2008, uma multidão armada com paus, pedras e galões de gasolina atacou os estrangeiros no bairro de Alexandra, no norte de Johanesburgo. Neste e outros distúrbios posteriores no mesmo mês morreram pelo menos 62 pessoas e milhares tiveram que buscar abrigo em campos de refugiados.

EFE   
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