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Mundo

Mais de 10 morrem e 90 ficam feridos em confrontos no Sudão

9 jan 2011 - 21h07
(atualizado às 22h06)
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Mais de 10 pessoas morreram e 90 ficaram feridas após dois dias de confrontos entre combatentes da tribo árabe Al Masiriya e a africana Dinka Naquq, em um povoado próximo à disputada cidade de Abyei, no sul do Sudão.

infográfico info sudão referendo
infográfico info sudão referendo
Foto: AFP

Um dirigente da tribo A Masiriya, Tabiq Shaqifa, assegurou à agência EFE em uma conversa por telefone que neste domingo membros de sua tribo enfrentaram unidades do sulista Exército Popular de Libertação do Sudão.

Segundo Shaqifa, os confrontos, que aconteceram na aldeia de Makir, 12 km ao noroeste de Abyei, causaram 53 vítimas entre mortos e feridos de ambos os grupos, embora não tenha dado mais detalhes sobre os números.

Ele informou, no entanto, que tinham conseguido arrebatar dos soldados 120 fuzis kalashnikov e quatro canhões.

Já o governador da região autônoma de Abyei, Dinka Arub, declarou que no sábado membros da tribo Al Masiriya atacaram a região de Makir, habitada majoritariamente pela tribo Dinka Naquq.

Arub disse que os habitantes da região responderam aos ataques e causaram baixas nas fileiras dos agressores.

Referendo do Sul: passado e futuro em jogo

Neste domingo, 9 de janeiro de 2011, a população da porção sul do Sudão vai às urnas no referendo que vota a autonomia da região. A expectativa geral é de que o 'sim' saia vencedor, resultado que deve levar à secessão do resto do país e a criação de uma nova nação: o Sudão do Sul, com capital em Juba e presidido por Salva Kiir.

O referendo está previsto desde janeiro de 2005, quando foi assinado o Tratado de Naivasha. Também conhecido como Amplo Acordo de Paz, o tratado colocou fim a um conflito de 21 anos travado entre o norte sudanês, predominantemente árabe, e rebeldes do sul, região miscigenada e parcialmente cristã. Durante este período, iniciado em 1983, cerca de dois milhões de pessoas morreram.

Apesar da boa expectativa para a realização do referendo, muito deve ainda acontecer depois dele. O presidente sudanês, Omar al-Bashir, garantiu que aceitará o resultado da votação, mas ainda é incerto o futuro das relações entre norte e sul. Por trás do conflito está a disputa pelo controle da maior riqueza natural do país, uma reserva de milhões de barris de petróleo, localizada justamente na faixa central do Sudão.



EFE   
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