PUBLICIDADE

Mundo

Líderes mundiais condenam decapitação de jornalista japonês

Alemanha, Japão, EUA, França e Reino Unido protestam contra execução do segundo refém japonês pelo "Estado Islâmico". Governo da Jordânia se diz preocupado com destino de piloto do país, capturado pelos jihadistas

1 fev 2015 - 11h32
(atualizado às 12h46)
Compartilhar
Exibir comentários
Goto, de 47 anos, é um conhecido jornalista freelancer e documentarista que teria ido para a Síria em outubro para facilitar a libertação de Yukawa.
Goto, de 47 anos, é um conhecido jornalista freelancer e documentarista que teria ido para a Síria em outubro para facilitar a libertação de Yukawa.
Foto: @siteintelgroup / Twitter

Washington, Paris e Londres condenaram veementemente neste domingo (01/02) a execução do jornalista japonês Kenji Goto, de 47 anos, pelo grupo extremista Estado Islâmico (EI). O governo da Jordânia expressou preocupação pelo destino de piloto do país, capturado pelos jihadistas.

"Os Estados Unidos condenam a morte hedionda do cidadão e jornalista japonês Kenji Goto pelo grupo terrorista EI", declarou o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, em comunicado, manifestando sua solidariedade ao primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, ao povo japonês.

O grupo radical EI divulgou este sábado um vídeo em que mostra a decapitação de Kenji Goto, correspondente de guerra capturado na Síria em outubro, o segundo refém japonês executado no intervalo de uma semana.

"EI é personificação do mal"

O presidente francês, François Hollande, também expressou sua solidariedade em relação ao Japão, realçando que Paris e Tóquio vão continuar a trabalhar juntos pela paz no Oriente Médio e para eliminar os grupos terroristas", após condenar o "brutal assassinato", segundo um comunicado divulgado pelo Palácio do Eliseu.

Londres descreveu o ato de "horrendo". "Condeno veementemente aquilo que parece ser o assassinato desprezível e horrendo de Kenji Goto", afirmou o primeiro-ministro britânico, também citado num comunicado oficial. "Trata-se de um novo lembrete de que o EI é a personificação do mal, sem respeito pela vida humana", afirmou David Cameron.

A chanceler federal alemã, Angela Merkel, chamou o assassinato de ato "horrendo e inumano".

Indignação em Tóquio

Antes, na primeira reação ao anúncio, o primeiro-ministro japonês afirmou estar "muito indignado" e prometeu que não se irá se curvar diante do terrorismo. "É um ato de terrorismo desprezível, horrível, em relação ao qual estou muito indignado", disse aos jornalistas Shinzo Abe, visivelmente emocionado, acrescentando que o Japão não abdicará de lutar contra um "terrorismo inaceitável".

Depois de múltiplas mensagens ameaçando executar os reféns nos últimos dias, o EI divulgou, este sábado, um vídeo que parece mostrar a decapitação de Kenji Goto. As imagens mostram o jornalista ajoelhado, vestido com camisa cor de laranja, enquanto um homem encapuzado, de pé, atrás dele, empunha uma faca e responsabiliza o governo japonês pela morte do refém, falando em inglês com sotaque britânico. O vídeo termina com a imagem de um corpo deitado, com a cabeça separada.

No início da semana, os jihadistas anunciaram que tinham executado um outro refém japonês, Haruna Yukawa, que fora sequestrado em meados de agosto do ano passado, quando alegadamente dava apoio logístico a um grupo rebelde implicado na guerra civil síria e rival do EI.

"Jordânia fará tudo para salvar piloto"

O novo vídeo do EI não faz qualquer menção ao piloto jordaniano Mu'ath al-Kaseasbeh, capturado pelo EI em 24 de dezembro depois de seu avião, um F-16 da Força Aérea da Jordânia, ter caído na região de Raqqa, no norte da Síria.

O governo da Jordânia afirmou que está determinado a fazer tudo para salvar a vida do piloto Mu'ath al-Kaseasbeh e condenou "veementemente" a execução de Goto. O país árabe "fará tudo para salvar e libertar o seu piloto", assegurou o porta-voz do governo, Mohammed al-Momeni, citado pela agência oficial jordana Petra.

Os terroristas ameaçam executar o piloto, se Amã não libertar uma terrorista iraquiana que está presa naquele país.

Deutsche Welle A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas.
Compartilhar
Publicidade
Publicidade