Líderes asiáticos chegam a acordo sobre medidas anticrise
Líderes do sudeste asiático concordaram com uma política de alívio monetário e em atuar com resistência ao protecionismo, como medidas para combater a crise financeira que está golpeando suas economias dependentes de exportações, de acordo com um comunicado preliminar da reunião de cúpula desses países.
A associação das dez nações do sudeste asiático (Asean, na sigla em inglês) também prometeu que vai trabalhar com o G20 para reformar as instituições financeiras internacionais.
"Nós concordamos que o contra-ciclo e mais políticas macroeconômicas coordenadas são a melhor resposta a essa crise financeira global", informou o comunicado preliminar do presidente da cúpula que deve ser divulgado após o fim da reunião no domingo.
"Alguns governos já implementaram pacotes de estímulo fiscal para impulsionar a demanda doméstica e uma política monetária favorável que permita que o setor bancário continue a funcionar."
O comunicado informou que os líderes estão comprometidos "em resistir a quaisquer medidas protecionistas que podem aprofundar o declínio do comércio mundial e retardar a recuperação econômica" e pediram que os grandes players da Organização Mundial do Comércio (OMC) cheguem a um acordo inicial na Rodada Doha, que discute a liberalização do comércio.
O primeiro-ministro da Tailândia, Abhisit Vejjajiva, afirmou neste sábado, no início da cúpula sediada no país que "nós vamos ser testados severamente a partir de agora, tanto como um grupo quanto como parte da ampla região da Ásia. Com o aprofundamento da crise financeira, o mundo vai olhar para nossa região à procura de ação e confiança.
BAIXO CRESCIMENTO
A Asean tornou-se uma comunidade de 570 milhões de pessoas, com um PIB de 2 trilhões em seis anos, ressaltou Abhisit. Mas líderes estão preocupados com o crescente nível de desemprego.
Alguns países da região terão eleições ainda este ano ou no próximo. A Tailândia, que teve quatro primeiros-ministros no ano passado, tem algo a ensinar a seus países-vizinhos sobre os perigos das disputas políticas sobre a deterioração das condições econômicas.
O encontro dos líderes, antes marcado para dezembro em Bangoc, foi adiado e transferido para o resort marítimo de Hua Hin, devido a protestos pelas ruas, que inclusive atingiram os principais aeroportos de Bancoc.
O primeiro-ministro de Singapura, Lee Hsien Loong, disse que o mundo poderá facilmente sofrer com o baixo crescimento por mais alguns anos a não ser que o sistema bancário seja revisto.