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Kirchner reeleita presidente na Argentina com vantagem esmagadora

Cristina Kirchner foi reeleita neste domingo com uma vitória arrasadora para permanecer no posto de presidente da Argentina até 2015, dias antes do primeiro aniversário da morte de seu marido Néstor Kirchner (2003-2007), segundo pesquisas de boca de urna q

23 out 2011 - 21h34
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Buenos Aires, 23 Out 2011 (AFP) -Cristina Kirchner foi reeleita neste domingo com uma vitória arrasadora para permanecer no posto de presidente da Argentina até 2015, dias antes do primeiro aniversário da morte de seu marido Néstor Kirchner (2003-2007), segundo pesquisas de boca de urna que dão a ela 55% dos votos.

Advogada peronista de 58 anos, Kirchner obteve a maior vantagem do primeiro para o segundo colocado em uma eleição presidencial desde a restauração da democracia em 1983.

Eufóricos, militantes governistas saíram às ruas minutos depois do anúncio da reeleição da mandatária pela TV e começaram a agitar bandeiras e a bater bumbos na Praça de Maio, diante da Casa Rosada, sede do governo.

"Somos a gloriosa Juventude Peronista!", cantavam os manifestantes na praça.

O segundo mais votado foi o governador socialista de Santa Fe, Hermes Binner, com 16%, segundo pesquisas coincidentes.

Antes de votar em Río Gallegos (2.600 km ao sul de Buenos Aires), onde está enterrado seu marido, a presidente afirmou com lágrimas nos olhos: "Não posso dizer que é um momento de felicidade porque estaria mentindo, também não diria que é de tristeza. Onde ele estiver, deve estar muito feliz com o fato de as pessoas terem ido votar, todas em paz".

A mandatária assumiu o poder e o peronismo depois da morte de seu marido, no dia 27 de outubro do ano passado.

A popularidade de Kirchner é apoiada, segundo analistas, na dinâmica da economia, no consumo e nas exportações agrícolas em um país com uma média de 8% de crescimento do produto interno bruto desde 2003.

"A razão da vitória é simples: 60% dos argentinos estão bem e dos 40% restantes que estão mal, a metade é peronista", disse à AFP o sociólogo Jorge Giacobbe, diretor da consultoria de mesmo nome e ex-assessor da Transparência Internacional.

Giaccobe disse que outros motivos são "a inexistência de oposição e a comprovação de que os meios de comunicação opositores (majoritários) não incomodam Kirchner".

Durante sua campanha, Kirchner ressaltou a redução dos níveis de pobreza, que hoje chega a 8,3% (2 milhões de pessoas nas 31 principais cidades do país).

Kirchner já tinha obtido 50,7% dos votos nas primárias obrigatórias de 14 de agosto.

Quase 29 milhões de argentinos estavam habilitados a votar nestas eleições, em que também foram renovados a metade da Câmara dos Deputados, um terço do Senado e foram eleitos nove governadores.

Se os números forem confirmados nos cômputos oficiais que serão divulgados a partir das 00h00 GMT (22h00 de Brasília), Kirchner manterá o quorum do Senado e vai recuperar a maioria na Câmara dos Deputados perdida nas legislativas de 2009.

"A vantagem sobre Binner é histórica, porque até em 1973, Juan Perón venceu (o radical social-democrata) Ricardo Balbín por 37 pontos. E nunca na história um socialista teve tantos votos e ficou em segundo", disse Rosendo Fraga, diretor da consultoria Nueva Mayoría, referindo-se aos quase 17% de votos de Binner.

Os outros candidatos tiveram votações inexpressivas, segundo as pesquisas, como o deputado radical Ricardo Alfonsín, filho do falecido ex-presidente Raúl Alfonsín (1983-89).

bur-dm/dm

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