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Israel ordena construção imediata de 300 casas na Cisjordânia

30 jul 2015 - 08h41
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O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, ordenou hoje (29) a construção imediata de 300 casas nas colônias da Cisjordânia ocupada, o que foi condenado como um “crime de guerra” pelos palestinos e criticado pela União Europeia e Nações Unidas.

“Depois das consultas no gabinete do primeiro-ministro, a construção imediata de 300 habitações em Beit El foi autorizada”, informou o gabinete de Benjamin Netanyahu, em comunicado, em alusão a uma colônia perto de Ramallah.

“Esta é uma construção prometida há três anos pelo governo, depois da destruição das casas na colina de Oulpena”, um quarteirão de Beit El onde os colonos tinham construído sem autorização, acrescentou o comunicado.

Ao mesmo tempo, foi anunciado o planejamento de mais de 500 habitações em Jerusalém-Leste, parte palestina da cidade ocupada e anexada por Israel.

Hanane Achraoui, da Organização de Libertação da Palestina (OLP), disse que os palestinos consideraram as “atividades ligadas à colonização” israelense como “crimes de guerra”.

“Estas atividades inscrevem-se num plano dos dirigentes israelenses para impor a ‘Grande Israel’ na Palestina histórica e destruir a solução de dois Estados e a hipótese de paz”, acrescentou a dirigente palestina. Ela condenou ainda “a escalada louca da colonização feita pelo governo extremista de Netanyahu.”

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, lembrou que “os colonatos são ilegais face ao direito internacional e um obstáculo à paz”. Estas decisões “são contrárias à intenção manifestada pelo governo israelense de procurar uma solução com dois Estados”, acrescentou, exortando os israelenses “a recuarem na sua decisão, no interesse da paz e de uma solução justa” para o conflito israelense-palestino.

“Estas medidas comprometem o compromisso do governo (israelense) de negociar uma solução com dois Estados no processo de paz no Médio Oriente”, reforçou a União Europeia.

Mais de 400 mil colonos israelenses vivem na Cisjordânia e outros 200 mil em diferentes quarteirões de Jerusalem-Leste.

Dez anos depois da retirada unilateral israelense da Faixa de Gaza, a maioria dos israelenses são favoráveis a um regresso à colonização deste enclave palestino.

Netanyahu, reconduzido ao cargo nas eleições legislativas de março, prometeu durante a campanha a continuação da colonização e enterrou a ideia de um Estado palestino ao lado de um Estado israelense, mas rejeitou estas afirmações depois das eleições.

Mas o seu novo governo, que tomou posse em maio, está muito alinhado à direita, com uma grande influência de nacionalistas, ultraortodoxos e defensores da colonização.

Agência Brasil Agência Brasil
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