PUBLICIDADE

Mundo

Israel mata chefe de operações militares do Hamas em Gaza

O Exército israelense matou nesta quarta-feira o chefe de operações militares do Hamas e outros seis palestinos, ao lançar uma operação contra grupos armados em Gaza que, segundo as Brigadas Ezzedin Al-Qassam, abrirá "as portas do inferno" para Israel.

14 nov 2012 - 17h59
Compartilhar

GAZA, 14 Nov 2012 (AFP) -O Exército israelense matou nesta quarta-feira o chefe de operações militares do Hamas e outros seis palestinos, ao lançar uma operação contra grupos armados em Gaza que, segundo as Brigadas Ezzedin Al-Qassam, abrirá "as portas do inferno" para Israel.Mais de 20 ataques aéreos israelenses causaram a morte de seis palestinos, anunciou o Ministério do Interior do Hamas, que controla Gaza.O chefe de operações militares do braço armado do Hamas morreu nesta quarta-feira em um ataque israelense contra um carro em Gaza e seu guarda-costas faleceu logo depois, informaram fontes concordantes."O mártir é Ahmad Jaabari", declarou à AFP Ayman al-Sahabani, médico do serviço de emergência do hospital Al-Shifa de Gaza. Uma fonte de segurança do Hamas confirmou a informação.O Exército israelense também confirmou a morte de Jaabari, acrescentando que ele era "diretamente responsável por atentados terroristas contra o Estado de Israel durante os últimos anos".Também afirmou que seu ataque que matou Jaabari marcou o início de uma nova operação militar contra grupos armados em território palestino, acrescentando que está disposto, "se for necessário", a "lançar uma operação terrestre em Gaza"."Após os disparos de foguetes destes últimos dias contra Israel, o chefe do Estado-Maior decidiu autorizar uma operação contra organizações terroristas de Gaza, (como) o Hamas, a Jihad Islâmica e outras organizações", declarou a porta-voz do Exército.Nesta quarta-feira à noite, o primeiro-ministro de Israel afirmou que seu país enviou uma "mensagem clara" ao Hamas e está preparado para "estender" sua operação, caso seja necessário."Hoje, enviamos uma mensagem clara ao Hamas e a outras organizações terroristas, e se for necessário, estamos preparados para estender a operação", acrescentou Netanyahu em uma entrevista coletiva à imprensa algumas horas depois da morte do chefe militar do Hamas.O presidente palestino, Mahmud Abbas, pediu nesta quarta à noite a convocação de "uma reunião de emergência" pela Liga Árabe para discutir a "agressão brutal" particada por Israel contra a Faixa de Gaza, indicou a agência de notícias palestina Wafa.Abbas, chefe da Autoridade Palestina que governa a Cisjordânia, mas não Gaza, dominada desde 2007 pelo Hamas, "fez um apelo nesta quarta-feira ao secretário-geral da Liga Árabe, Nabil al-Arabi, para que convoque uma reunião de emergência para discutir a perigosa escalada israelense e a agressão brutal à Faixa de Gaza", segundo WAFA.O negociador palestino Saeb Erakat declarou à AFP que "parece que Israel prepara uma agressão global na Faixa de Gaza, apesar dos esforços egípcios para tranquilizar a situação"."Havia um plano israelense claro para assassinar (o chefe das operações militares do Hamas, Ahmad) Jaabari e bombardear a Faixa de Gaza", considerou.Em Gaza, aviões israelenses realizaram seis ou sete incursões em várias partes do território, indicaram testemunhas à AFP.Outras testemunhas indicaram que dezenas de tanques estavam posicionados próximo à fronteira entre Israel e Gaza, do lado israelense.O braço armado do Hamas prometeu uma resposta maciça a Israel pelo assassinato de Jaabari, e afirmou em um comunicado que o Estado israelense "abriu as portas do inferno".As Brigadas Ezzedin al-Qassam se declaram em "luto por um de seus principais chefes, Ahmad Jaabari, e se comprometem a seguir o caminho da resistência", indicaram no texto, no qual asseguram que "o ocupante abriu as portas do inferno".O porta-voz do governo do Hamas em Gaza, Taher al-Nunu, declarou à AFP que "Israel é responsável por estes crimes e por suas graves consequências"."Pedimos à comunidade internacional que suspenda a matança de nosso povo, que tem direito a se defender", acrescentou.Nesta quarta-feira, "o ocupante israelense efetuou mais de 20 ataques aéreos contra instalações e quartéis generais das forças policiais e de segurança na Faixa de Gaza. Até o momento morreram seis pessoas, entre elas o comandante Ahmad Jaabari", declarou à AFP o porta-voz do ministério do Interior do Hamas, Islam Chahwan. Vinte e cinco palestinos ficaram feridos, segundo os serviços de saúde locais.Desde sábado, sete palestinos -quatro civis e três combatentes- morreram e 35 ficaram feridos na Faixa de Gaza, de acordo com fontes médicas palestinas.Neste mesmo período, em Israel, oito pessoas -entre elas quatro militares- ficaram feridas por foguetes disparados pelos palestinos de Gaza.Foram disparados desde sábado mais de 120 foguetes, indicou um porta-voz militar.Os confrontos tiveram início no sábado, depois do disparo de um míssil anti-tanque contra um veículo militar israelense na fronteira com Gaza, que provocou em represália disparos de artilharia contra o território palestino, seguidos de salvas de morteiros contra o sul de Israel.O presidente Mohamed Mursi decidiu nesta quarta chamar o embaixador do Egito em Israel em protesto contra os ataques, anunciou seu porta-voz.Mursi decidiu "chamar o embaixador do Egito em Israel" e pediu ao Ministério das Relações Exteriores que convoque o embaixador israelense no CairoAntes, o ministro das Relações Exteriores do Egito, Mohammed Kamel Amr, já havia condenado os ataques aéreos e exigido "sua suspensão imediata".Amr também advertiu Israel para "uma escalada e para seus possíveis efeitos negativos sobre a estabilidade regional".O Partido da Liberdade e da Justiça (PLJ), de Mursi, indicou que o Cairo não "permitirá mais que os palestinos sejam alvo de uma agressão israelense como no passado".Israel "deve levar em consideração que as coisas mudaram no mundo árabe e, em particular, no Egito", indicou o PLJ.Já os Estados Unidos, que "acompanham de perto" a evolução da situação em Gaza após a morte de Jaabari, indicaram que são "solidários" a Israel e a seu "direito de se defender contra o terrorismo".bur-hmw/sah/bpz/dmc/jo/mr/dm

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
Compartilhar
Publicidade