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Irã buscará fim das sanções em reunião com grandes potências

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Por Fredrik Dahl e Marcus George

VIENA/DUBAI, 2 Mai (Reuters) - O Irã anunciou nesta quarta-feira que buscará o fim das sanções decorrentes de suas atividades nucleares quando for conversar com as grandes potências este mês, e acusou a França de ajudar Israel a desenvolver "armas nucleares desumanas".

Um assessor do aiatolá Ali Khamanei, líder supremo do Irã, disse que as negociações em Bagdá no dia 23 deveriam conduzir à suspensão das medidas punitivas contra Teerã, informou a mídia iraniana.

Os comentários refletem o discurso cada vez mais forte na República Islâmica de que o fim das sanções será vital para o sucesso das conversações. Também foi a primeira vez que um político influente disse explicitamente que espera um avanço sobre a questão.

"No mínimo, nossa expectativa é a suspensão das sanções", disse Gholam-Ali Haddad Adel, segundo a mídia iraniana.

Os Estados Unidos e seus aliados, entretanto, deixaram claro que o governo iraniano precisa agir para aplacar as preocupações com relação às ambições nucleares do país antes que considerem a possibilidade de relaxamento das sanções.

Eles afirmam que o programa nuclear do Irã é um disfarce para o desenvolvimento de armas atômicas e querem garantias verificáveis de Teerã - por exemplo, que o país aceite inspeções muito mais minuciosas por parte dos monitores nucleares da ONU e limite a capacidade de enriquecimento de urânio.

O Irã nega ter uma agenda para o desenvolvimento de armas e afirma que o enriquecimento de urânio se destina apenas a fins pacíficos.

Em Viena, o vice-chanceler iraniano Mohammad Mahdi Akhondzadeh disse que as armas nucleares não têm espaço na doutrina de defesa do Irã e acusou "determinados" Estados de padrões duplos e hipocrisia - uma alusão clara aos críticos ocidentais de Teerã.

Ele acusou a França de ter ajudado Israel no desenvolvimento de armas nucleares há décadas. Acredita-se que o Estado judaico tenha o único arsenal nuclear do Oriente Médio.

Grande exportadora de tecnologia nuclear civil, a França construiu nos anos 1950 um reator na cidade de Dimona, no sul de Israel, um complexo no qual se acredita amplamente que tenha produzido armas atômicas.

"Enquanto alguns países, como a França, expressam preocupação com as atividades nucleares pacíficas do Irã, eles não pouparam esforços para ajudar Israel a desenvolver armas nucleares desumanas", afirmou Akhondzadeh.

"De fato, a França é a fundadora do programa clandestino de armas nucleares de Israel", disse ele em uma reunião para discutir o Tratado de Não-Proliferação nuclear, um pacto voluntário de 1970.

Reuters Reuters - Esta publicação inclusive informação e dados são de propriedade intelectual de Reuters. Fica expresamente proibido seu uso ou de seu nome sem a prévia autorização de Reuters. Todos os direitos reservados.
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