Um avião da companhia aérea russa Aeroflot caiu hoje em Perm, cidade perto dos Montes Urais, acidente no qual morreram seus 88 ocupantes, 83 passageiros e cinco tripulantes, informaram as autoridades da Rússia.
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"Ao se chocar contra o solo o avião explodiu e se incendiou. Essas circunstâncias não deixam nenhuma esperança que haja sobreviventes", disse à emissora de rádio Ekho Moskvy um porta-voz do Ministério da Rússia para Situações de Emergência.
Acrescentou que os restos do aparelho, um Boeing 737-500, ficaram espalhados em um raio de quatro quilômetros, muito perto de umas casas, em uma região dentro dos limites de Perm, cidade situada a 1,7 mil km ao leste de Moscou e que era seu ponto de destino.
"O avião caiu junto às ruas Sovietskaya Armia e Torpinski, no distrito Industrial de Perm. Pelo visto, os pilotos tentaram evitar um choque com as casas", disse.
Segundo fontes policiais de Perm citada pela agência oficial RIA Novosti, a causa do acidente pôde ter sido um incêndio em uma das duas turbinas do avião, que realizava o vôo regular 821 entre Moscou e Perm.
De acordo com essa versão, que ainda não foi confirmada, os pilotos do Boeing tentavam efetuar uma aterrissagem de emergência.
O contato com o aparelho foi perdido à 01h12 hora de Moscou (18h12 de Brasília do sábado) quando sobrevoava a uma altura de 1,8 mil metros, segundo declarou à agência "Itar-Tass" Irina Andrianova, porta-voz do Ministério de Situações de Emergências.
Vladimir Markin, porta-voz da Promotoria da Rússia declarou que no avião acidentado estavam 88 pessoas: 83 passageiros, deles sete crianças, e cinco tripulantes. Anteriormente, tinha sido informado que a bordo do avião havia um total de 87 pessoas.
O Boeing 737-500 já tinha iniciado a manobra de aterrissagem quando caiu em Perm, cidade de quase um milhão de habitantes.
O avião caiu sobre a linha férrea do Transiberiano, o que obrigou a suspender o tráfego no trecho Yekaterimburgo-Perm.
"O tráfego neste setor foi suspenso de maneira indefinida. Todos os trens que vão da parte ocidental do país para a Sibéria e Extremo Oriente tiveram que modificar suas rotas", disse um porta-voz policial a RIA.
As causas do acidente são desconhecidas, assim como as condições atmosféricas no lugar quando o aparelho chegava a seu destino.
Comissão irá investigar acidente
Fontes oficiais russas também não contam com informação sobre a possibilidade de que o Boeing 737-500 tivesse sido alvo de um ataque terrorista.
O presidente da Rússia, Dmitri Medvedev, logo após ser informado da catástrofe aérea, ordenou a criação de uma comissão governamental liderada pelo ministro de Transporte, Igor Levitin, que se dirigirá nas próximas horas a Perm para investigar as causas do acidente.
A porta-voz do Ministério de Emergência disse que cerca de 300 especialistas trabalham no lugar onde o avião de passageiros caiu.
"Contamos com o pessoal e os recursos necessários na zona da tragédia. Em vista disso, enviaremos de Moscou a Perm apenas uma equipe de psicólogos do Ministério para atender aos familiares das vítimas", disse Andrianova.
O acidente em Perm é a maior catástrofe aérea russa desde agosto de 2006, quando um avião Tu-154 da companhia aérea Pulkovo, que realizava vôos entre as cidades russas de Anapa e São Petersburgo, caiu junto à cidade ucraniana de Donetsk quando tentava fugir de uma tempestade.
Nessa catástrofe morreram todos os ocupantes de avião: 160 passageiros e 10 tripulantes.
O aparelho acidentado em Perm pertencia a Aeroflot-Nord, filial regional da Aeroflot, que em sua frota contava com 10 aparelhos Boeing 737-500.
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