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Mundo

Integrante da família do presidente da Tunísia morre esfaqueado

15 jan 2011 - 22h01
(atualizado às 22h51)
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Imed Trabelsi, sobrinho da mulher do presidente foragido da Tunísia, Zine El Abidine Ben Ali, morreu no hospital militar de Túnis depois de ser esfaqueado, informou neste sábado uma funcionária do centro médico.

A Tunísia está passando por uma crise civil. O presidente deixou o país
A Tunísia está passando por uma crise civil. O presidente deixou o país
Foto: AFP

"Ele morreu na sexta-feira", disse a fonte. Esta é a primeira vítima confirmada ligada diretamene ao presidente foragido.

Segundo informações extraoficiais, Imed Trabelsi foi esfaqueado num acerto de contas por um de seus ex-assessores. Em maio passado, foi eleito prefeito de La Goulette, um município ao norte da capital.

Na França, foi processado por roubos e formação de quadrilha por ter se apropriado de um iate de Bruno Roger, um dirigente do Banque Lazard ligado aos presidentes Jacques Chirac e Nicolas Sarkozy.

A justiça francesa ditou uma ordem de prisão contra ele, mas a justiça tunisiana se negou a extraditá-lo. Fez fortuna no setor imobiliário e no setor alimentício com a cadeia francesa Conforama.

Tunísia enfrenta crise social e política

Desde as duas últimas semanas, a Tunísia vive uma tensão deflagrada nas ruas. Jovens e estudantes iniciaram protestos contra os altos índices de desemprego e falta de liberdade política, na maior onda de manifestações em décadas.

Em meio a pedidos de calma à população, o governo de Ben Ali anunciou o fechamento de universades e escolas. O exército também saiu às ruas para frear as manifestações, gerando confrontos com os manifestantes e um número ainda incerto de mortos, mas que poderiam passar de 50.

Críticos acusam o governo de corrupção e de usar a ameaça de grupos islâmicos e a necessidade de atrair investimentos estrangeiros como pretexto para manter políticas domésticas repressivas e violar os direitos civis básicos da população.

A crise social ganhou um novo episódio quando, nessa sexta-feira, o presidente Ben Ali abandonou o país, passando o controle do país para o Exército e o comando interino do governo para o primeiro-ministro, Mohamed Ghannouchi.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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