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Ásia

Índia reforça segurança após morte de vítima de estupro coletivo

29 dez 2012 - 07h52
(atualizado às 14h55)
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A polícia da Índia isolou grande parte da capital do país, Nova Délhi, e fez um apelo por calma após a morte de uma mulher que foi vítima de um estupro coletivo que causou revolta em todo o país. A mulher de 23 anos de idade, que não foi identificada, morreu na manhã de sábado em um hospital de Cingapura, onde tinha sido levada para tratamento especializado.

Estudante pede punição aos criminosos em um protesto pela morte da jovem de 23 anos vítima de um estupro coletivo
Estudante pede punição aos criminosos em um protesto pela morte da jovem de 23 anos vítima de um estupro coletivo
Foto: AP

A jovem já havia passado por três cirurgias em Nova Déli antes de ser transferida para Cingapura. De acordo com os médicos, a causa da morte foi dada como falência múltipla dos órgãos causada por severos ferimentos ao corpo e ao cérebro. Seu corpo deverá ser levado de volta para a Índia.

O ataque realizado no dia 16 de Dezembro desencadeou violentos protestos de rua na Índia, que deixaram um policial morto. Seis homens foram presos em conexão com o estupro e dois policiais foram suspensos.

Reuniões proibidas

Após a divulgação da morte da jovem, a polícia isolou uma vasta área do centro de Nova Délhi, fechou uma série de estações ferroviárias e pediu a viajantes que não venham à cidade. Centenas de policiais armados e tropas de choque foram convocados, entre elas muitas mulheres policiais. A polícia da Índia e o comissário de Nova Delhi, Neeraj Kumar, pediram que a população mantenha a calma.

Reuniões de mais de cinco pessoas foram proibidas no centro da cidade. Mas na manhã deste sábado, centenas de pessoas se reuniram no observatório Jantar Mantar, uma das áreas da cidade onde os protestos estão permitidos, segundo o repórter da BBC na cidade, Sanjoy Majumder.

E ativistas indianos já estão pedindo a realização de protestos por todo o país.

Quadro delicado

A equipe do Hospital Mount Elizabeth, em Cingapura, onde a jovem estava internada, disse que ela ''faleceu em paz'', neste sábado, tendo sua família a seu lado. Seu quadro era extremamente delicado, ela sofrera uma parada cardíaca, uma infecção no pulmão e no abdômen, além de dano cerebral.

Ela havia pego um ônibus com seu amigo na região de Dwarka, no sudoeste de Nova Delhi. Dentro do ônibus ela foi violentada durante uma hora por diversos homens. Depois, ela e o amigo foram espancados com barras de ferro e lançados para fora do ônibus nus e com o veículo em movimento. Somente neste ano, mais de 630 casos de estupro já foram registrados em Nova Delhi, conhecida no país como "capital do estupro".

Medidas do governo

O governo está tentando conter a indignação popular por meio de novas medidas punitivas e de prevenção contra crimes sexuais. Entre as propostas está o aumento no número de patrulhas noturnas, a checagem de motoristas de ônibus e a proibição de vidros escuros ou de cortinas em veículos de transportes público.

O governo também prometeu publicar na internet fotos, nomes e endereços de estupradores condenados pela Justiça. Duas comissões foram estabelecidas - uma para acelerar o julgamento de casos de estupro e outra para examinar os erros cometidos no incidente específico de Nova Délhi.

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