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Mundo

Iemenitas seguem Tunísia e pedem levante contra líderes

16 jan 2011 - 09h22
(atualizado às 11h42)
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Mil estudantes iemenitas foram às ruas da capital Sanaa, neste domingo, para pedir aos povos árabes que se levantem contra seus dirigentes, como já fizeram os tunisianos. Eles saíram do campus da Universidade de Sanaa, dirigindo-se à embaixada da Tunísia, acompanhados por militantes dos direitos humanos.

Crise na Tunísia derruba presidente há 23 anos no cargo:

"Tunísia da liberdade, Sanaa te saúda mil vezes", gritavam os estudantes, repetindo palavras de exortação aos povos árabes a realizarem "a grande revolução contra os dirigentes mentirosos e atemorizados".

O presidente iemenita Ali Abdullah Saleh está no poder há 32 anos, e foi reeleito em setembro de 2006 para mais sete anos. Um projeto de emenda à Constituição, debatido no Parlamento apesar da rejeição da oposição, poderá abrir caminho a uma presidência vitalícia para o atual chefe de Estado.

O presidente tunisiano Zine El Abidine Ben Ali, no poder há 23 anos, fugiu na sexta-feira, depois de um mês de manifestações sem precedentes contra seu regime e de repressão policial, deixando para trás dezenas de mortos.

Para os especialistas, foi o primeiro dirigente de um país árabe a abandonar o poder sob pressão do povo.

Tunísia enfrenta crise social e política

Desde as duas últimas semanas, a Tunísia vive uma tensão deflagrada nas ruas. Jovens e estudantes iniciaram protestos contra os altos índices de desemprego e falta de liberdade política, na maior onda de manifestações em décadas.

Em meio a pedidos de calma à população, o governo de Ben Ali anunciou o fechamento de universades e escolas. O exército também saiu às ruas para frear as manifestações, gerando confrontos com os manifestantes e um número ainda incerto de mortos, mas que poderiam passar de 50.

Críticos acusam o governo de corrupção e de usar a ameaça de grupos islâmicos e a necessidade de atrair investimentos estrangeiros como pretexto para manter políticas domésticas repressivas e violar os direitos civis básicos da população.

A crise social ganhou um novo episódio quando, nessa sexta-feira, o presidente Ben Ali abandonou o país, passando o controle do país para o Exército e o comando interino do governo para o primeiro-ministro, Mohamed Ghannouchi.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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