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Homem-bomba mata altos dirigentes dos regime sírio

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Um atentado suicida nesta quarta-feira na capital síria, Damasco, matou alguns dos mais importantes dirigentes do regime, incluindo o ministro da Defesa, seu vice e o cunhado do presidente do país, Bashar al-Assad.

O homem-bomba detonou os explosivos dentro do prédio sede da força de segurança nacional, deixando também um grande número de feridos.

Dois grupos rebeldes assumiram o ataque. Entre os mortos estão o cunhado de Assad, Assef Shawkat - que era muito influente em assuntos de segurança interna -, o ministro da Defesa, Daoud Rajiha, seu vice, Asef Shawkat, e o ex-titular da pasta, Hassan Turkmani, entre outras figuras do governo.

Não está claro se o ministro do Interior, Mohammad Ibrahim al-Shaar, foi morto no ataque. Há relatos de que o chefe do serviço de Inteligência, Hisham Ikhtiar, estaria gravemente ferido.

O analista da BBC Jonathan Marcus diz que "este ataque pode significar um marco simbólico na luta para derrubar o regime de Assad".

"Isso revela a dificuldade do governo de proteger seus integrantes e gera dúvidas sobre o estado de segurança na Síria", disse Marcus.

Já o correspondente Jim Muir, no Líbano, diz que "os rebeldes já acreditam claramente que a vitória é possível".

Guarda-costas

Diversas autoridades estavam no prédio atingido pelo suicida, que - segundo fontes das forças de segurança sírias - seria um dos guarda-costas do alto escalão do governo de Assad.

O general Daoud Rajiha, de 65 anos, foi nomeado ministro da Defesa em agosto de 2011.

Ele havia sido promovido a general em 2005 e se especializou em artilharia na academia militar síria, onde se formou em 1967.

Rajiha era cristão ortodoxo, um dos poucos no governo e nas Forças Armadas, dominadas por muçulmanos alauítas (um ramo do islamismo xiita, do qual a família Assad é integrante).

Choques intensos

Relatos de ativistas dão conta de que o conflito armado está cada vez mais intenso na capital.

Um vídeo divulgado na internet parece mostrar um acampamento em chamas diante do palácio presidencial. Tiroteios intensos foram registrados também em vias de acesso ao sul da capital.

A oposição diz que está próxima de derrubar o governo, mas autoridades desmentem.

Um repórter da BBC na região afirma que, embora a oposição tenha redobrado seus esforços, as sedes do governo ainda não estariam ameaçadas.

O Conselho de Segurança da ONU deve decidir ainda hoje se impõe novas sanções ao país.

Como parte dos esforços diplomáticos internacionais para pacificar o conflito sírio, o enviado da Liga Árabe Kofi Annan se reuniu com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, em Moscou, enquanto o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, se encontrou com o líder chinês Hu Jintao em Pequim.

China e Rússia são os dois únicos membros permanentes do Conselho de Segurança relutantes a impor sanções mais duras ao regime de Assad. No caso de Moscou, pesa uma antiga aliança entre sírios e russos.

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