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Hollande: 'austeridade não deve ser fatalidade'

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PARIS, França, 6 Mai 2012 (AFP) -O socialista François Hollande afirmou na noite deste domingo que a "Europa observa" a França e que a "austeridade não deve ser uma fatalidade", em seu primeiro discurso como presidente eleito, realizado em Tulle.

"Hoje mesmo, responsável pelo futuro do nosso país, estou ciente de que toda a Europa nos observa. Na hora em que o resultado foi anunciado, tive a certeza que em diversos países europeus houve um sentimento de alívio e de esperança, de que, por fim, a austeridade não deve ser mais uma fatalidade", disse Hollande, que obteve quase 52% dos votos.

"Neste 6 de maio, os franceses escolheram a mudança para me levar à presidência da República" e estou "orgulhoso por ter sido capaz de devolver esta esperança". "Prometo ser o presidente de todos".

Durante a campanha, Hollande defendeu medidas para promover o crescimento no atual tratado de austeridade fiscal acertado por 25 dos 27 países da União Europeia, mas no discurso desta noite confirmou seu compromisso com "a redução do déficit e da dívida", com uma "recuperação de nossa capacidade de produção para sair da crise econômica".

Hollande anunciou que renegociará o pacto fiscal europeu de ajustes e austeridade, elaborado pelo presidente derrotado, Nicolas Sarkozy, e pela chanceler alemã, Angela Merkel, como parte de uma aliança batizada por ele de ''Merkozy'', visando o acréscimo de um capítulo de apoio ao crescimento.

Merkel telefonou para felicitar Hollande por sua vitória e convidá-lo a visitar Berlim, e "ambos acertaram um primeiro encontro e trabalhar juntos para fortalecer a relação franco-alemã em prol da Europa".

O ministro alemão das Relações Exteriores, Guido Westerwelle, garantiu que seu país "vai trabalhar junto" com a França "por um pacto de crescimento para a União Europeia". "Precisamos incrementar novas medidas de crescimento, e isto passa por reformas estruturais".

O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, destacou que Hollande e ele têm "claramente um objetivo comum: relançar a economia europeia para gerar um crescimento duradouro".

"Os desafios pela frente são numerosos, na França e na União Europeia", mas compartilhamos "a convicção de que faz falta investir no crescimento e nas grandes redes de infraestrutura, mobilizando de maneira mais forte o Banco Europeu de Investimentos e os fundos disponíveis no orçamento europeu, sempre observando o objetivo de consolidação fiscal e de redução da dívida".

Sarkozy passa a engrossar a lista dos líderes políticos vítimas da crise europeia, ao lado do socialista espanhol José Luis Rodríguez Zapatero, do também socialista português José Socrates e do trabalhista britânico Gordon Brown, que pagaram nas urnas por sua política de austeridade.

A eles se somam o italiano Silvio Berlusconi (direita) e o socialista grego Giorgos Papandreu, forçados a sair por pressão da própria União Europeia.

A campanha na França, como as demais, foi marcada pela crise financeira que castiga duramente países como Espanha, Grécia, Itália e Portugal, e por questões como imigração e segurança nas fronteiras, com claro avanço da extrema direita.

afp/lr

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