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Haiti precisa de líder "global", diz candidato Wyclef Jean

12 ago 2010 - 21h53
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O astro do hip-hop Wyclef Jean, agora candidato a presidente do Haiti, disse nesta quinta-feira que será um porta-voz internacional na busca por ajuda e aliados para o miserável e devastado país.

"Conforme navegamos para o século 21, acho que vamos precisar de um presidente que seja não só um presidente local do país", disse o cantor e compositor de 40 anos, na casa rural da sua família, perto de Croix-des-Bouquets, nos arredores de Porto Príncipe.

Jean, que vive desde 9 anos nos Estados Unidos, tem sido criticado por rivais que citam sua falta de experiência política ou mesmo de compromisso com o Haiti. Mas ele disse à Reuters que a fama e os contatos internacionais serão valiosos na sua carreira política.

Segundo ele, o Haiti precisa desesperadamente de ajuda e investimentos estrangeiros para terminar de se recuperar do terremoto de 12 de janeiro, que matou até 300 mil pessoas.

"Você vai precisar de um presidente global, e isso significa não ficar só no Haiti, e sim ir para fora do Haiti, falar com os doadores, criar mais aliados e permitir que eles saibam que o Haiti está pronto para a transformação", disse Jean.

Sentado ao lado de uma tia de 74 anos, ele rejeitou as dúvidas manifestadas por alguns críticos, entre eles o ator e ativista Sean Penn, que questionou se o Haiti realmente precisa de um músico de hip-hop como presidente.

Em entrevista à CNN, Penn, que participou ativamente de campanhas em prol das vítimas do terremoto, afirmou que Jean talvez não se sujeite aos sacrifícios que terá de fazer para governar o país mais pobre das Américas, após se acostumar com os confortos dos Estados Unidos.

"Sou um haitiano de verdade, e conheço as dificuldades pelas quais meu povo passa. Posso viver a vida deles e sentir a dor deles", afirmou Jean.

Ele acrescentou que supostos problemas tributários nos EUA, envolvendo sua renda pessoal, estão sendo resolvidos.

Jean é um dos mais de 30 candidatos para a eleição presidencial de 28 de novembro. Entre seus rivais há dois ex-primeiros-ministros. O presidente René Préval já disputou dois mandatos, e não pode mais concorrer.

A lista oficial de candidatos sai em 17 de agosto.

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