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Mundo

Micheletti modera o tom depois de ameaça ao Brasil

1 out 2009 - 08h07
(atualizado às 09h02)
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O presidente de facto de Honduras, Roberto Micheletti, suavizou na quarta-feira sua ameaça contra o Brasil e disse que não tomará "medidas adicionais" contra a embaixada brasileira em Tegucigalpa, onde está refugiado o presidente deposto Manuel Zelaya.

infográfico honduras embaixada
infográfico honduras embaixada
Foto: Reuters

O Ministério do Exterior do governo de facto deu um prazo de dez dias no último sábado para que o Brasil decida se concede asilo a Zelaya ou o entrega à Justiça, irritando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Mas em uma entrevista à Reuters, Micheletti disse na quarta-feira que não foi consultado previamente sobre a ameaça de tomar "medidas adicionais" quando o prazo for cumprido.

"Nenhuma medida adicional", disse Micheletti em uma sala do palácio presidencial que ocupa desde o golpe militar de 28 de junho, e que transformou em estúdio de televisão para atender a avalanche de jornalistas que chegam do mundo todo para cobrir a pior crise em décadas na América Central.

"Não vamos fazer neste país nada que possa romper os tratados internacionais que temos", acrescentou, enquanto um soldado uniformizado e carregando um fuzil AR-15 observava desde o canto da sala.

O Brasil disse que não aceitava o ultimato de um "governo golpista" e exigiu que se respeite a imunidade da embaixada.

"Eles podem ficar ali o tempo que quiserem. A única coisa que precisamos é a garantia por parte do Brasil de que não lhe permitam fazer uma campanha política em sua própria sede", afirmou Micheletti.

Na quarta-feira Zelaya completou 9 dias na embaixada, onde chegou depois de retornar clandestinamente ao país.

Micheletti afirmou que mantém um canal de comunicação aberto com Zelaya através de um amigo em comum que visitou o presidente deposto na semana passada.

O presidente de facto aposta que a comunidade internacional aceitará o resultado das eleições presidenciais convocadas para 29 de novembro e isso permitirá virar a página da pior crise na América Central em décadas.

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