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Mundo

Estado de sítio inviabiliza eleições em Honduras, diz OEA

28 set 2009 - 13h04
(atualizado às 13h09)
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O estado de sítio decretado em Honduras é incompatível com a normalização da situação no país e com a realização de eleições democráticas, declarou nesta segunda-feira o secretário geral da Organizaçao de Estados Americanos (OEA), José Miguel Insulza.

infográfico honduras 3
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Foto: Reuters

"As possibilidades de uma normalização em Honduras, visando a um restabelecimento constitucional, e a realização de eleições democráticas, é o caminho contrário ao escolhido no dia de ontem", afirmou Insulza em uma sessão extraordinária do Conselho Permanente da OEA.

"Em nenhum país é possível conciliar os dois processos que estão em andamento", acresentou secretário-geral.

Na noite de domingo, cinco membros da Organização dos Estados Americanos (OEA) ficaram "detidos" durante seis horas, ao chegar ao aeroporto de Tegucigalpa, e quatro foram expulsos do país, informou o único membro da equipe que permaneceu em Honduras, o chileno John Biehl.

"Chegamos aqui em uma missão enviados pelo secretário-geral da OEA, mas fomos detidos no aeroporto", declarou Biehl, conselheiro de José Miguel Insulza.

"Ficamos detidos durante seis horas (...) Como chileno, devo dizer que isto me traz péssimas lembranças", destacou Biehl, em referência aos anos de ditadura militar no Chile.

Na equipe detida havia "dois americanos, um canadense, um colombiano e eu", explicou. "Um foi deportado diretamente para os Estados Unidos e três estão a caminho da Costa Rica".

Biehl se referia à colombiana Jessica Benítez, ao canadense Adam Blackwell e à americana Claudia Barrientos (estadounidense), que já chegaram a San José da Costa Rica.

Blackwell é responsável de Relações Exteriores da OEA, Barrientos é funcionária do departamento de Sustentabilidade Democrática e Missões Especiais, e Benítez tem integrado missões de observação do organismo.

A OEA havia anunciado o envio de um grupo para adiantar os preparativos da missão mediadora da crise política que abala Honduras desde o golpe de Estado que derrubou o presidente Manuel Zelaya, em 28 de junho passado.

Insulza condenou a medida: "lamentamos esta decisão e a consideramos incompreensível", já que o próprio governo de fato de Honduras havia aceito a próxima visita da missão de chanceleres da OEA.

"Ações como a adotada hoje pelas autoridades do regime de fato dificultam seriamente os esforços para promover a tranquilidade social em Honduras e a busca de soluções".

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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