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Mundo

Volta de Zelaya ao poder em Honduras é inegociável, diz Dilma

25 set 2009 - 13h04
(atualizado às 13h36)
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Asdrúbal Figueiró
Da BBC Brasil


A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, disse nesta sexta-feira que a volta do presidente deposto Manuel Zelaya ao poder em Honduras é inegociável.

Dilma falou com jornalistas durante encontro em São Paulo
Dilma falou com jornalistas durante encontro em São Paulo
Foto: AP

"Eu não acredito que a ONU, a OEA, qualquer país latino-americano, os Estados Unidos respondam a isso falando que vão negociar a não-ida do Zelaya para a sua situação de presidente constitucional", disse a ministra.

"Ninguém pode dizer isso, porque seria uma posição, no mínimo, esdrúxula. A gente não negocia certos princípios. Eu não posso dizer que, se a ditadura ficar um pouco menos ditadura, nós aceitamos a ditadura."

A ministra também defendeu o abrigo ao presidente deposto, afirmando que brasileiros se beneficiaram do instrumento no passado, quando países da América Latina "sofreram" com ditaduras e com a quebra do estado de direito.

Dilma Roussef admitiu, porém, que o poder de ação do Brasil na crise é limitado.

"Nós não controlamos o tempo dessa crise política com a qual não temos a menor ligação", disse Dilma. "O que esperamos é que o conflito seja solucionado da forma mais rápida possível, e que o presidente eleito volte para o cargo."

As declarações foram feitas em entrevista coletiva da ministra a correspondentes da imprensa internacional em São Paulo.

Abrigo

Manuel Zelaya está abrigado na embaixada do Brasil em Tegucigalpa, capital de Honduras, desde a última segunda-feira. Deposto do cargo de presidente no final de junho, Zelaya retornou a Honduras sem a autorização do governo interino, que cobra a sua prisão.

O governo interino, no entanto, não é reconhecido pela comunidade internacional. O Brasil, por exemplo, ainda considera Zelaya o presidente legítimo de Honduras.

Após a chegada do líder deposto à embaixada do Brasil, o local foi cercado por forças de segurança hondurenhas, que expulsaram manifestantes da região e restringiram o acesso ao edifício.

A representação diplomática brasileira em Tegucigalpa chegou a ter o fornecimento de água e luz cortado, e dezenas de pessoas dentro do prédio dizem que há pouca comida no local.

O governo interino de Honduras, liderado por Roberto Micheletti, acusa o Brasil de ingerência nos assuntos do país ao abrigar Zelaya.

Já o Brasil diz que não teve envolvimento no retorno de Zelaya a Honduras e que apenas abriu as portas de sua embaixada para o presidente democraticamente eleito do país.

Apesar de apelos da comunidade internacional por novas negociações entre Zelaya e o governo interino para a resolução do impasse, a situação política em Honduras permanece indefinida.

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