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Mundo

Zelaya diz que a crise "deve se resolver no menor tempo possível"

25 set 2009 - 01h50
(atualizado às 03h43)
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O presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, disse nesta quinta aos candidatos presidenciais nas eleições gerais de 29 de novembro que a crise política em seu país "deve se resolver no menor tempo possível".

"O problema deve se resolver no menor tempo possível e com o apoio dos senhores acredito que será mais fácil", expressou Zelaya ao finalizar uma reunião com quatro dos seis candidatos à Presidência do país, que primeiro se reuniram com o presidente interino, Roberto Micheletti, na Casa Presidencial.

Zelaya afirmou da embaixada do Brasil, onde permanece desde na segunda-feira passada, quando chegou de surpresa a Tegucigalpa, que "é um momento histórico" que estão vivendo. "Honduras está vivendo uma profunda crise, o futuro terá que ser próspero para Honduras só na medida que o povo hondurenho se acompanhe de reformas positivas para o país, o Plano Arias é um instrumento para chegar a um acordo político", acrescentou.

O governante deposto recebeu na sede diplomática brasileira aos candidatos presidenciais Elvin Santos, do governante Partido Liberal; Porfirio Lobo, do Partido Nacional, primeira força de oposição; Felícito Ávila, da Democracia Cristã, e Bernard Martínez, do Inovação e Unidade.

Zelaya indicou além disso que nesta sexta-feira receberá ao candidato do partido Unificação Democrática, César Ham, da esquerda, e a Carlos Reyes, candidato independente, ambos amigos do deposto líder hondurenho, derrubado em 28 de junho passado, após tentar promover uma consulta popular de reforma da Constituição declarada ilegal.

O presidente indicou que o Acordo de San José, que promove o presidente da Costa Rica, Óscar Arias, "tem como primeiro conceito a restituição da democracia perdida com o golpe de Estado". "Se deve assinar o Plano Arias no menor tempo possível para que o país volte à calma, seguimos na luta pela condenação ao golpe de Estado", enfatizou.

Zelaya também destacou "a necessidade do plebiscito para que se reforme a Constituição para que não tenham as limitações que têm", e que em isso há acordo com os candidatos presidenciais com os quais se reuniu nesta quinta.

Porfirio Lobo expressou que os candidatos estão de acordo com que é preciso fazer reformas na Constituição e que estão "muito abertos a que se dialogue e se faça o mais conveniente para Honduras". Acrescentou que o diálogo deve ser feito no marco do Acordo de San José e que espera que se chegue a pactos para que "Honduras leve sua vida normal".

Elvin Santos, que foi vice-presidente de Zelaya, disse que foi possível "motivar às partes em conflito para que de maneira firme alcancem retornar às mesas de diálogo". "Evidentemente que cada uma das partes tem suas próprias impressões e prioridades, mas evidentemente que essas partes terão que compreender que não podem os dois (Zelaya e Micheletti) absolutamente obter tudo o que perseguem ou o que querem, isto é a arte de chegar a uma mediação", apontou.

Felícito Ávila indicou que as reformas constitucionais "ajudariam a melhorar a qualidade de vida do povo hondurenho e ao desenvolvimento, a trazer a credibilidade da sociedade nas instituições públicas e privadas que permitam o desenvolvimento da sociedade".

Bernard Martínez indicou que compartilha a iniciativa das "reformas profundas" que necessita a Constituição e que acompanha "todos os processos que permitam uma democracia plena". "Acompanhamos a proposta de acordos políticos e a proposta de San José para que finalmente Honduras volte à paz", afirmou.

EFE   
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