Vocês vão ter que acreditar num golpista ou em mim, diz Lula
24 set2009 - 22h05
(atualizado às 22h50)
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva desmentiu rumores de que o Brasil tenha tido qualquer envolvimento no regresso do presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, a seu país ou em abrigá-lo na Embaixada do Brasil na capital hondurenha, Tegucigalpa. "Vocês vão ter que acreditar num golpista ou em mim", disse o presidente Lula, em Pittsburgh, pouco antes de partir rumo ao jantar oferecido pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, para os chefes de Estado e de governo que participam da reunião do G20, que está sendo realizada na cidade americana.
A declaração é uma resposta ao comunicado emitido nesta quinta-feira pelo ministério das Relações Exteriores do governo interino de Honduras no qual afirma que houve "uma evidente intromissão do governo do senhor Lula da Silva nos assuntos internos de Honduras ao acolher Zelaya".
O documento afirma ainda que declarações feitas pelo próprio Zelaya colocam em xeque os comentários do chanceler Celso Amorim de que o Brasil não teve qualquer conhecimento prévio da intenção de Zelaya. "Essas informações foram categoricamente desmentidas pelo seu principal beneficiário e protegido, o senhor José Manuel Zelaya Rosales, que ontem (quarta-feira) declarou, a partir da representação do Brasil em Tegucigalpa que "foi uma decisão pessoal e foi consultada com o presidente Lula e o chanceler Amorim",afirma o documento.
Ao ser indagado pelos repórteres se poderia falar sobre a crise em Honduras, Lula respondeu, pouco antes de entrar na limousine que o levaria ao jantar com os chefes de Estado, o presidente afirmou: "Deixa o presidente golpista sair".
Participação O líder brasileiro concedeu uma entrevista exclusiva à rede de TV pública americana PBS na qual deu declarações sobre o mesmo tema, mas não respondeu quando indagado se teria havido uma suposta participação brasileira no retorno de Zelaya. "Ele teve que parar em alguma embaixada, e eu acho que a preocupação não é saber em que embaixada ele está ou como chegou à embaixada. Porque eu recebi informações de Nova York (onde o presidente estava por conta de sua participação na Assembléia Geral da ONU)", disse.
"O caso concreto é que você tem um golpista no poder. E o presidente eleito democraticamente foi afastado do cargo. E é justo que o presidente eleito queira voltar a seu cargo", comentou o presidente. Durante a tarde, o assessor especial da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, desmentiu enfaticamente que o Brasil tenha tido qualquer envolvimento no regresso do líder eleito de Honduras ou que tivesse negociado nos bastidores para que ele fosse acolhido na representação do país.
"Categoricamente, não. Categoricamente, não. Se tivéssemos (feito negociações), eu não teria nenhuma dificuldade em dizer que houve", afirmou Garcia. "Nós fomos informados, o presidente, eu e o ministro (Luiz) Dulci, quando estávamos no avião. Imediatamente, o presidente Lula entrou em contato com o ministro Amorim em Nova York e com o secretário-geral Samuel Pinheiro Guimarães, que começaram a tomar medidas. Mas nós não tivemos nenhuma informação sobre isso".
Visita de Ahmadinejad Marco Aurélio Garcia também afirmou que a aguardada visita do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, ao Brasil deverá se dar no próximo dia 23 de novembro. O presidente Lula, por sua vez, também deverá visitar o Irã, mas a visita do brasileiro só deverá ocorrer no início do ano que vem.
Lula se encontrou com Ahmadinejad nesta quarta-feira, em Nova York, onde os dois líderes participaram da Assembléia da ONU. O assessor da Presidência negou que a visita represente um endosso brasileiro ao contestado resultado das eleições presidenciais iranianas, nas quais Ahmadinejad foi reeleito.
O Brasil, disse Garcia, "não endossa nem desendossa. Se amanhã o presidente Karzai quisesse ir ao Brasil nós não estaríamos nem endossando nem deixando de endossar as críticas ao processo eleitoral que existe lá", afirmou, em referência às eleições do Afeganistão, lideradas pelo presidente Hamid Karzai, mas que contaram com várias denúncias de fraude e manipulação por parte da oposição.
Manifestantes protestam a favor do governo de Micheletti
Foto: Reuters
O presidente deposto de Honduras Manuel Zelaya conversa, refugiado na embaixada brasileira
Foto: Reuters
Soldados ficam a postos na entrada da embaixada brasileira, em Tagucigalpa
Foto: Reuters
Xiomara Castro (centro), mulher do presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, senta perto de seu filho, Jose Manuel (direita), em uma sala da embaixada brasileira de Tegucigalpa
Foto: Reuters
Simpatizantes de Zelaya dormem no entorno do prédio da embaixada brasileira
Foto: AP
Soldados fazem patrulha no perímetro da embaixada brasileira
Foto: AP
Pessoas tiveram que dormir no chão do corredor da embaixada brasielira em Honduras
Foto: AFP
Simpatizante de Zelaya dorme sobre mesa
Foto: AFP
Imagem mostra supermercado saqueado em Tegucigalpa
Foto: AP
Menino empurra carrinho de supermercado no bairro El Pedregal, em Tegucigalpa
Foto: AP
Cinegrafista capta imagens de um supermercado saqueado na capital de Honduras
Foto: AP
Moradores caminham em rua com pedras e obstáculos em Tegucigalpa
Foto: AP
Apoiadores de Zelaya recebem comida na embaixada brasileira em Tegucigalpa
Foto: AFP
Partidários do líder deposto improvisam para tomar banho na embaixada brasileira
Foto: AFP
Jornalistas e fotógrafos dormem na embaixada do Brasil em Honduras
Foto: AFP
Zelaya fala ao telefone dentro da embaixada brasileira em Honduras
Foto: AFP
Policiais se protegem enquanto jogam gás lacrimogênio contra manifestantes em frente à embaixada brasileira
Foto: AP
Policial passa em frente a muro da embaixada em que se lê "Chegou o dia de suas mortes, seus golpistas miseráveis"
Foto: AP
Apoiadores de Zelaya descansam dentro da embaixada brasileira, em Tegucigalpa
Foto: AP
Soldados retiram pedras que bloqueavam rua após a dispersão dos manifestantes
Foto: Reuters
Carro destruído durante o confronto entre apoiadores de Zelaya e a polícia é retirado da rua
Foto: Reuters
Soldados se organizam para dissipar apoiadores do presidente deposoto Manuel Zelaya, em frente à embaixada brasileira, em Tegucigalpa
Foto: Reuters
Cidadãos de Honduras manifestam, em frente à embaixada brasileira, seu apoio ao presidente deposto, Manuel Zelaya
Foto: Reuters
Em apoio ao presidente deposto, Manuel Zelaya, cidadãos gritam palavras de ordem em frente à embaixada brasileira em Tegucigalpa
Foto: Reuters
O presidente deposto, Manuel Zelaya, segura a bandeira hondurenha, na embaixada do Brasil, em Tegucigalpa.
Foto: AFP
Manifestantes, em apoio ao presidente deposto Manuel Zelaya, fogem das bombas de gás lançadas pela polícia hondurenha
Foto: Reuters
Gás lacrimogêneo é utilizado para dispersar manifestantes
Foto: Reuters
Manifestantes correm de local onde ocorreu o conflito com a polícia
Foto: AP
Policial atira contra manifestantes
Foto: AFP
Jatos de água foram utilizados para dispersar a multidão
Foto: AFP
Polícia usa escudos para dispersar manifestantes
Foto: AP
Manifestantes se jogam no chão, após confronto com policiais, que utilizaram gás lacrimogêneo
Foto: Reuters
Polícia contêm manifestantes em frente à embaixada brasileira em Honduras
Foto: AP
Policial cercam embaixada brasileira em Tegucigalpa
Foto: AFP
O presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, se abrigou na embaixada brasileira de Honduras
Foto: AFP
Zelaya concede entrevistas na embaixada brasileira em Honduras
Foto: AFP
Simpatizantes de Zelaya esperam em frente à embaiaxada brasileira
Foto: AFP
O presidente deposto Manuel Zelaya foi à embaixada brasileira ao chegar em Honduras
Foto: AFP
Zelaya é recebido por seus apoiadores em Tegucigalpa
Foto: AFP
Manuel Zelaya fecha a porta na embaixada brasileira em Tegucigalpa
Foto: AP
Apoiadores de Zelaya comemoram sua volta ao país, em Tegucigalpa
Foto: AFP
Manifestantes gritam palavras de ordem em frente ao prédio da ONU na capital hondurenha
Foto: AP
Zelaya foi para a embaixada do Brasil em Honduras
Foto: AFP
Zelaya conversa ao telefone observado por sua mulher, Xiomara, na embaixada brasileira
Foto: Reuters
Zelaya voltou a Honduras para tentar retomar o poder
Foto: AFP
Celso Amorim falou durante a reunião do Conselho de Segurança da ONU
Foto: AFP
Roupas de apoiadores de Zelaya são penduradas na embaixada brasileira
Foto: AP
Xiomara Castro, mulher de Zelaya, reclama para soldado sobre os conflitos com partidários
Foto: AFP
Soldados hondurenhos montam guarda nos arredores da embaixada brasileira em Tegucigalpa
Foto: AFP
Bombeiros verificam a tubulação de gás nas proximidades do prédio da representação brasileira
Foto: AFP
A embaixada está cercada desde o dia 21 de setembro
Foto: AFP
Partidário de Zelaya é observado por policial em frente à Embaixada brasileira
Foto: AP
Partidários de Zelaya fazem protesto nas proximidades da Embaixada brasileira
Foto: Reuters
Palhaço posa como soldado durante marcha em Tegucigalpa
Foto: Reuters
Apoiador de Zelaya limpa o chão da embaixada brasileira em Tegucigalpa
Foto: AFP
Mulher pendura roupas em varal improvisado na embaixada
Foto: AFP
No domingo, o presidente deposto Manuel Zelaya concedeu entrevista na embaixada brasileira
Foto: Reuters
Soldados são transportados durante ronda, no toque de recolher da capital Tegucigalpa
Foto: Reuters
Soldado hondurenho segura aviso em frente à embaixada brasileira em Tegucigalpa
Foto: AP
A estudante Wendy Elizabeth Ávila, morta em conflito com a polícia, é enterrada em Tegucigalpa
Foto: EFE
Mulheres seguram cartazes e pedem o diálogo em Honduras
Foto: AFP
Apoiador de Zelaya lava a cabeça com uma mangueira no pátio da embaixada brasileira
Foto: Reuters
Polícia retira ocupantes do Instituto Nacional Agrário
Foto: AFP
Policial dá instruções a apoiadores de Zelaya expulsos de um prédio público em Tegucigalpa
Foto: Reuters
Manuel Zelaya aparece na janela da embaixada brasileira
Foto: AFP
Manifestante é preso durante protesto em frente a empresas de rádio e televisão
Foto: AFP
Policiais evacuam o prédio do Instituto Nacional da Reforma Agrária (INRA), em Tegucigalpa
Foto: AFP
Manifestante esfrega os olhos após ter sido atingido por gás lacrimogêneo
Foto: AFP
Policiais acompanham manifestação em apoio a Manuel Zelaya
Foto: AFP
A polícia avança sobre os protestantes em Tegucigalpa
Foto: AFP
Soldado lê jornal enquanto os outros fazem guarda em frente à embaixada brasileira em Tegucigalpa
Foto: AFP
Apoiadora de Zelaya participa de protesto próximo à embaixada brasileira
Foto: AFP
Simpatizante de Manuel Zelaya toma um banho improvisado no pátio da embaixada brasileira
Foto: AFP
Policiais e manifestantes entrem em confronto em Tegucigalpa
Foto: AFP
Apoiador de Zelaya balança bandeira do Partido Liberal
Foto: Reuters
Manifestantes levantam a bandeira de Honduras
Foto: EFE
Policiais jogam gás lacrimogêneo em manifestantes, em Tegucigalpa
Foto: Reuters
Menino observa o conflito na capital hondurenha
Foto: EFE
Manifestante segura cartaz durante o protesto
Foto: AFP
Policiais correm após jogarem gás lacrimogêneo
Foto: EFE
Idosa cobre o rosto após ser atingida pelo gás
Foto: AFP
Manuel Zelaya fala ao telefone na embaixada brasileira, onde está hospedado há um mês