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Mundo

Fundamentalistas islâmicos matam 39 pessoas em shopping de Nairóbi

21 set 2013 - 18h52
(atualizado às 18h58)
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A milícia fundamentalista islâmica somali Al Shabab realizou neste sábado um ataque contra um centro comercial de Nairóbi, no Quênia, que matou 39 pessoas e feriu 150, segundo informou o presidente do país, Uhuru Nenyatta, e que de acordo com a Cruz Vermelha causou um número expressivo de vítimas.

O grupo armado permanece no shopping e a polícia cercou o local. As autoridades esperam que o número de mortos e feridos aumente, pois centenas de pessoas estavam na hora do ataque no centro comercial Westgate, um dos mais luxuosos e movimentados de Nairóbi.

Os fundamentalistas da Al Shabab, que assumiu a autoria da ação, afirmaram por meio do Twitter que mataram "mais de cem pessoas". A organização anunciou em fevereiro de 2012 sua união formal à Al Qaeda.

Os trabalhos de resgate, com a retirada de mortos, feridos e pessoas que se encontravam no interior do shopping continuam no local. Há uma grande quantidade de policiais, soldados e equipes de socorro no entorno do centro comercial.

O ataque começou por volta das 13h locais (7h de Brasília), quando dezenas de membros da Al Shabab invadiram o shopping, lançaram uma granada em seu interior e dispararam contra os presentes.

Umar Ahmed, de 18 anos, cliente do centro comercial que estava no local na hora do ataque, contou à emissora local "Capital FM" que sobreviveu ao massacre se fingindo de morto.

"Estava no estacionamento superior e, de repente, tudo foram disparos e gritos", lembrou Ahmed, enquanto se recuperava de ferimentos em um hospital da capital queniana.

"Me assustei, tentei descer as escadas, mas vi alguém correndo para cima, então voltei e me escondi atrás de um carro. Após um momento, a polícia chegou e puderam nos retirar", contou a testemunha.

Entre as pessoas que estavam no interior do shopping, estava a espanhola Silvia Ojeda e sua filha de 12 anos, que conseguiram sair do centro comercial após se esconderem em um provador de uma loja de roupa.

"As pessoas, assustadas, começaram a entrar na loja e entendemos que o que escutávamos eram tiros", disse Silvia à Agência Efe já em sua casa.

"Minha filha não parava de chorar. Havia muito barulho e disparos", acrescentou.

O Ministério do Interior queniano afirmou que "não retrocederá nesta guerra" nem "correrá riscos" no cerco a Westgate, já que provavelmente existem reféns no local.

Vários helicópteros acompanham a situação, enquanto veículos blindados, caminhões do exército, ambulâncias e caminhões de bombeiros se encontram nas proximidades do local.

Em declarações transmitidas pela televisão, o presidente queniano disse que perdeu familiares no ataque e que o objetivo da ação era dividir o país: "mas nós seguimos valentes e firmes como os leões de nosso escudo".

O Serviço Nacional de Emergência indicou que o terrorista que tinha sido detido morreu devido aos ferimentos em um hospital de Nairóbi.

Desde outubro de 2011, quando o exército do Quênia entrou na Somália como resposta a uma onda de sequestros supostamente organizadas pela Al Shabab em território queniano, os radicais islâmicos afirmaram que iriam se vingar.

Desde então, foram registrados dezenas de ataques em zonas fronteiriças com a Somália, na cidade portuária de Mombaça e em Nairóbi que deixaram mais de cem vítimas até o momento.

EFE   
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