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Frases famosas, amplos gestos e até terremoto estão na história das cúpulas

13 nov 2012 - 17h14
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Fora dos acordos e dos discursos oficiais, as Cúpulas Ibero-Americanas têm sua outra história de frases famosas, gestos amplos e até um terremoto que surpreendeu seus líderes.

1991.- Ao ritmo dos mariachis, começaram há 22 anos em Guadalajara (México) as reuniões de chefes de Estado e de Governo de América Latina, Espanha e Portugal, em uma festa oferecida pelo então presidente do México, Carlos Salinas de Gortari.

O rei Juan Carlos foi o único Chefe de Estado que sempre esteve presente desde então.

1992.- Na Cúpula de Madri, o líder cubano Fidel Castro ergueu sua taça e fez um brinde ao rei da Espanha, embora tenha esclarecido: "Eu não sou monárquico, sou juancarlista".

"Não é que os chefes de Estado estejam radiantes por enquanto, mas a atmosfera é muito boa e os sorrisos afloram em seus lábios com bastante frequência", resumiu o bom ambiente aos jornalistas o secretário de Estado espanhol Inocencio Arias.

1993.- Fidel Castro previu na Cúpula de Salvador (Brasil) que ele e o rei Juan Carlos seriam os únicos chefes de estado presentes nas cúpulas do século XXI, mas como se sabe, o líder cubano se equivocou em parte.

1994.- Em Cartagena das Índias (Colômbia), muitos lembram o enorme desconforto criado quando a delegação cubana chegou não em um, mas em três velhos aviões iguais e o comitê de boas-vindas corria de um lado para outro até que viu Fidel aparecer na escada de um deles.

1995.- Em Bariloche (Argentina), o presidente Carlos Menem cuidou especialmente da preferência gastronômica dos governantes com cardápios personalizados, embora supervisionados por um grupo de especialistas em bromatologia (ciência que estuda os alimentos).

O presidente da Colômbia, Ernesto Samper, ficou com pena dos jornalistas famintos que olhavam os quitutes e os convidou para entrar em uma sala com comida a princípio destinada aos líderes.

1996.- Viña del Mar (Chile).- Houve troca de gravatas entre Fidel Castro e o chefe do Governo espanhol, José María Aznar, que ao colocá-la o tranquilizou: "É uma gravata, não uma corda".

1997.- Em Margarita (Venezuela).- Foi palco de um protesto incomum: de jornalistas alterados pelo excesso de normas de segurança que, em um ou outro caso, chegou ao ponto de militares passarem na frente das câmeras durante as transmissões.

1998.- O discurso de Fidel Castro na cidade do Porto (Portugal), salpicado de trechos curiosos e reflexões filosóficas, de tão longo, fez com que alguns governantes saíssem antes de seu fechamento, mas isso não o desanimou a continuar falando até depois que as câmeras cortaram o sinal, quando ainda clamava que "a semente do desastre germina no próprio seio do neoliberalismo".

1999.- O presidente venezuelano, Hugo Chávez, foi proclamado oficialmente em Havana o herdeiro oficial de Fidel Castro, também por causa de sua loquacidade.

2000.- No Panamá, aconteceu uma das mais azedas discussões nestes foros, entre o presidente de El Salvador, Francisco Flores, e Fidel Castro, quando este disse que o país centro-americano era utilizado como base para anticastristas acusados de terrorismo contra Cuba.

2001.- Na primeira cúpula do novo milênio, em Lima, aconteceram situações curiosas de protocolo com saudações como a que dedicou o presidente do Governo espanhol, José María Aznar, a seu colega nicaraguense, Arnoldo Alemán, com um simples "homem, gordo" que as câmeras captaram.

2002.- Na 12ª Cúpula Ibero-Americana em Playa Bávaro (República Dominicana) os governantes não conseguiram resistir aos encantos de uma das praias mais belas do mundo, e muitos foram vistos se banhando em águas caribenhas ou curtindo na areia seus netos, como o presidente da Argentina, Eduardo Duhalde.

2003.- O futebol foi protagonista em Santa Cruz (Bolívia), ao coincidir com o encerramento da transmissão ao vivo de várias partidas das eliminatórias da Eurocopa e da Copa do Mundo de 2006, além também do forte protagonismo indígena, algo insólito até então nestas cúpulas.

2004.- Um forte terremoto na Costa Rica sacudiu literalmente em suas camas os líderes, que receberam em plena madrugada instruções para ficarem embaixo dos batentes das portas.

"O rei achou que era um trem que passava muito perto do hotel, mas quando veio o segundo tremor, disse não, isto não é um trem", relatou aos jornalistas o presidente costarriquenho, Abel Pacheco, em tom de piada, imitando o sotaque espanhol.

2005.- A 15ª Cúpula de Salamanca coincidiu com os 30 anos de reinado de Juan Carlos I, que foi o grande protagonista do evento.

2006.- Em Montevidéu, o falecido presidente Néstor Kirchner pediu em um reunião poética, que foi muito comentada, a "continuar se apaixonando" pelo espaço ibero-americano.

2007.- O "por que não se calas" do rei Juan Carlos a Hugo Chávez em Santiago do Chile deu a volta ao mundo e foi o estopim de uma crise diplomática.

"Muito rei é, mas não pode me fazer calar. Eu também sou chefe de Estado e eleito três vezes", insistiu Chávez ao reconhecer posteriormente que, no instante, não se deu conta da frase do monarca, que virou mote publicitário e inclusive passou a ser um domínio na internet.

2008.- A cúpula de San Salvador ficará na história dessas reuniões junto com a da ilha Margarita, em 1997, como as únicas nas quais a declaração final foi assinada um dia antes, devido à saída antecipada de muitos líderes.

2009.- A "Cúpula de Estoril" foi realizada em Cascais e terminou com a Declaração de Lisboa. O grande número de sedes de eventos nesta cúpula causou confusão, mas foi explicada pelo interesse do governo português em promover um de seus principais destinos turísticos.

2010.- Em Mar del Plata (Argentina), aconteceu uma reviravolta inesperada, ou um "paradoxo", nas palavras do presidente do Uruguai, José Mujica, por causa da participação de uma Espanha muito atingida pela situação econômica e uma América Latina "pela primeira vez ''balconeando'' (vendo passar) a crise dos outros".

2011.- No ano passado, em Assunção (Paraguai), o presidente Evo Morales pediu ao rei Juan Carlos que a Cúpula de Cádiz coincidisse com uma partida entre Real Madrid e Barcelona, "os dois melhores times de futebol do mundo".

Morales e outros líderes não poderão ver os dois grandes juntos, mas sim jogando separadamente no próximo sábado. EFE

va/ma/id

EFE   
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