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Mundo

Filha de Raúl Castro lidera parada gay em dia contra homofobia

17 mai 2012 - 17h35
(atualizado às 19h16)
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Centenas de homossexuais e travestis cubanos participaram nesta quinta-feira de um desfile pelo Dia Internacional contra a Homofobia na cidade de Cienfuegos, no centro-sul da ilha, liderado pela sexóloga Mariela Castro, filha do presidente Raúl Castro. Cerca de 400 participantes gritavam "Abaixo a homofobia" no Passeio do Prado de Cienfuegos, 250 km a sudeste de Havana.

Mariela Castro (de chapéu), filha do presidente cubano Raúl Castro, participa da marcha contra a homofobia em Havana
Mariela Castro (de chapéu), filha do presidente cubano Raúl Castro, participa da marcha contra a homofobia em Havana
Foto: AFP

Durante a passeata, uma gigantesca bandeira do arco-íris, emblema da diversidade sexual, foi erguida. Entre os cartazes, frases como "O silêncio também é violência", "minha filha nasceu homem e quero que seja feliz" e "a homossexualidade não é um crime, a homofobia sim", mobilizaram os ativistas gays.

A marcha faz parte do programa da Quinta Jornada Nacional Contra a Homofobia, que começou em 8 de maio e ocorrerá até o fim do mês, organizada pelo Centro Nacional de Educação Sexual, dirigido por Mariela Castro, impulsionadora da luta contra a homofobia na ilha. Em Cienfuegos, conhecida como a "Pérola do Sul" e considerada uma das cidades mais belas de Cuba, as atividades incluem também uma festa pela diversidade sexual.

Mariela Castro também liderou no sábado uma conga (dança popular cubana, de origem africana) contra a homofobia em Havana, da qual participaram centenas de ativistas da comunidade homossexual e transexual, alguns fantasiados de bailarinas de cabaré. A filha de Raúl Castro, que tem visto dos Estados Unidos para participar de um encontro acadêmico em São Francisco no fim do mês, defende que o Parlamento cubano legalize este ano as uniões entre pessoas do mesmo sexo.

A homossexualidade, tradicionalmente estigmatizada em Cuba, foi reprimida após a vitória da revolução de Fidel Castro em 1959, com internações em campos de trabalho nos anos 1960 e com a marginalização durante o "quinquênio cinza" dos anos 1970. Raúl Castro, que sucedeu no comando seu irmão doente Fidel em 2006, apoia os direitos dos homossexuais, segundo disse sua filha no sábado.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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