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Filadélfia, berço dos EUA, espera o papa para Encontro Mundial de Famílias

17 set 2015 - 14h56
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A Filadélfia, o berço dos Estados Unidos, se prepara para receber o papa Francisco no Encontro Mundial das Famílias, em que o pontífice se movimentará ao ritmo de Juanes, visitará uma prisão e falará de imigração do púlpito usado por Abraham Lincoln em seu histórico discurso contra a escravidão.

Entre 26 e 27 de setembro, mais de um milhão e meio de pessoas se reunirão para escutar o primeiro pontífice latino-americano no que os organizadores têm chamado de "o festival de Francisco", o encerramento do Encontro Mundial de Famílias na Filadélfia, cidade que foi a primeira capital dos EUA entre 1790 e 1800.

"Fico comovida de que o papa Francisco visite os Estados Unidos. Nós, argentinos, vemos sua santidade com a mesma humildade e coerência de vida que antes", destacou à Agência Efe María Dolores Dimier de Vicente, professora na Universidade Austral da Argentina e que já se prepara para ver seu compatriota nos EUA.

Dimier de Vicente é só uma dos especialistas que, entre 22 e 25 de setembro, analisará o casamento e a família desde a perspectiva de diferentes religiões - como o islã e o judaísmo - em diferentes encontros e seminários, que encherão a Filadélfia com centenas de milhares de pessoas, segundo os organizadores.

"Philly" ou "o lugar onde nasceu a América" dará as boas-vindas ao papa no sábado, 26 de setembro, com uma missa na catedral de São Pedro e São Paulo e um discurso no Independence Mall, onde foi debatida e assinada a Declaração de Independência e a Constituição do país.

Para sua fala sobre imigração e liberdade religiosa, o papa utilizará o mesmo púlpito que, em 19 de novembro de 1863, Abraham Lincoln fez seu histórico discurso de Gettysburg, na cidade de mesmo nome e onde cinco meses antes houve uma das batalhas mais decisivas da guerra civil.

A mensagem de Lincoln em defesa dos ideais de igualdade e democracia para o fim da escravidão se transformou em um paradigma da cultura política americana, que foi recitado por milhões de crianças em escolas de todo o país e que inspirou gerações de políticos.

Os discursos do papa - no Independence Mall, no Congresso e nas Nações Unidas - despertaram grande expectativa na sociedade americana, tradicionalmente conservadora, mas consciente da força do "papa dos pobres", cuja primeira viagem fora do Vaticano foi pra Lampedusa para denunciar o drama da imigração.

"O papa Francisco transmite uma mensagem de paz e humildade extremamente necessária em um mundo imerso em violência. A Argentina e a América em geral não estão isentas desta problemática", considerou Lorena C. Bolzon, diretora do Instituto de Ciências para a Família da Universidade Austral da Argentina.

Bolzon, também argentina, acredita que o Encontro Mundial das Famílias - que tem como o lema "O amor é nossa missão: a família plenamente viva" - oferece uma "oportunidade única para escutar a mensagem de diálogo e de reflexão" do papa e, por isso, já tem tudo preparado para empreender a viagem.

Um dos momentos principais do Encontro Mundial acontecerá na noite do sábado no chamado "Festival das Famílias", onde o santo padre escutará o concerto do tenor italiano Andrea Boccelli, o pop-rock do colombiano Juanes e a melodia da Orquestra Sinfônica da Filadélfia.

Da graça papal desfrutarão até as pessoas privadas de liberdade, pois o pontífice terá no domingo um encontro com detentos da prisão Curran-Fromhold, no nordeste da Pensilvânia.

Durante sua visita à penitenciária, o papa receberá um surpreendente presente: uma cadeira de madeira de nogueira negra, de quase dois metros de altura, construída pelos internos e pelos guardas para demonstrar ao pontífice respeito e afeto.

O encerramento do encontro acontecerá em uma grande missa no Benjamin Franklin Parkway, os "Champs-Elysées" da Filadélfia.

Segundo as estimativas da presidente da Câmara de Comércio Hispânica da Filadélfia, Varsóvia Fernández, os negócios da cidade farão vendas no valor de US$ 390,2 milhões, a cidade arrecadará quase US$ 18 milhões em impostos e 22.500 quartos de hotel serão ocupados.

Além disso, a cidade do Sino da Liberdade, símbolo da luta pelos direitos civis nos EUA, espera 10 mil voluntários e entre cinco e sete mil jornalistas, dois mil deles correspondentes internacionais, disse Fernández.

A Filadélfia está com os preparativos a pleno vapor, já há cartazes de boas-vindas em escolas e paróquias, assim como figuras do papa de papelão em tamanho real, que cumprimentam os primeiros fiéis em diferentes partes do berço dos Estados Unidos.

EFE   
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