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EXCLUSIVA AFP - Peres acredita que Abbas continua sendo 'um sócio sério para a paz'

O líder palestino Mahmud Abbas continua sendo um "sócio sério para a paz", apesar do reconhecimento da Palestina como Estado observador não membro das Nações Unidas, em 29 de novembro, disse o presidente israelense Shimon Peres em uma entrevista exclusiva

6 dez 2012 - 18h11
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JERUSALEM, 06 dez 2012 (AFP) - O líder palestino Mahmud Abbas continua sendo um "sócio sério para a paz", apesar do reconhecimento da Palestina como Estado observador não membro das Nações Unidas, em 29 de novembro, disse o presidente israelense Shimon Peres em uma entrevista exclusiva à AFP."Tentei dissuadi-lo de recorrer (à ONU). Mas acredito que continua sendo um sócio sério para a paz, é um homem sério e eu o respeito", disse Peres.O presidente israelense, que aos 89 anos é um dos últimos fundadores de Israel ainda vivos, reconheceu que Abbas demonstrou coragem ao desafiar a oposição de Israel e dos Estados Unidos para recorrer à ONU.Também mostrou essa coragem "ao se posicionar energicamente contra o terrorismo e a favor da paz", reconheceu Peres, prêmio Nobel da Paz, em uma entrevista concedida à AFP.Peres contou ter dito a Abbas "Espere, por que ir tão depressa?". "Mas ele se sentiu abandonado por nós, pelos Estados Unidos, pela Europa e pelo resto do mundo, e queria fazer algo", disse o presidente israelense, que está linha de frente da política de seu país há mais de meio século.A Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou em 29 de novembro uma resolução apresentada por Abbas que concede à Palestina o status de Estado observador na ONU, uma vitória diplomática de peso, mas que expôs os palestinos a sanções israelenses.Diante do que considerou um "ataque contra o sionismo, contra o Estado de Israel", o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, anunciou a construção de novos assentamentos na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, além do bloqueio de 460 milhões de shekels (cerca de 92 milhões de euros ou 120 milhões de dólares) em impostos que Israel tinha que transferir à Autoridade Palestina em dezembro.Retomada das negociações Peres falou da "crise de confiança" entre as partes e considerou que o Quarteto para o Oriente Médio (Estados Unidos, Rússia, União Europeia e ONU) "tem que voltar a ser um órgão de negociações" porque tem legitimidade para isso."O Quarteto começou a fazer um bom trabalho, mas foi interrompido por diferentes motivos, mas agora acredito que deve voltar", acrescentou."Acredito que encerramos um capítulo e que agora é preciso reabrir outro, o das negociações", pediu Peres, apesar de reconhecer que terá que esperar as eleições legislativas em Israel de 22 de janeiro, em que a coalizão de direita de Netanyahu é a grande favorita.Oficialmente, as negociações de paz estão suspensas desde setembro de 2010, mas pararam de fato em 2008. Para retomá-las, Mahmud Abbas pede o fim da colonização israelense e o reconhecimento das fronteiras de junho de 1967 como base para começar a negociar.O chefe da Liga Árabe, Nabil al-Arabi, pediu esta semana que a ideia de Quarteto Diplomático seja abandonada, por ser um sistema que, para ele, não está dando resultados para alcançar a paz. A Rússia também afirmou em novembro que o Quarteto já estava superado e pediu uma cooperação mais estreita com a Liga Árabe.O Quarteto para o Oriente Médio, cujo emissário é o ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair, foi criado em 2002, mas nunca chegou a ter influência nas negociações de paz. agr-hmw/sst/fc/it/pc/mv/dm

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