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Europa

Yanukovich deixa Kiev e viaja para Kharkiv, no leste da Ucrânia

22 fev 2014 - 08h08
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O presidente da Ucrânia, Viktor Yanukovich, deixou Kiev durante a noite para viajar até Kharkiv, no leste do país, onde se reunirá com os deputados das regiões pró-Rússia, informou neste sábado a agência "UNN".

Entretanto, o representante de Yanukovich na Rada Suprema (Legislativo), Yuri Miroshnichenko, garantiu que desconhece o paradeiro do chefe de Estado, que assinou ontem um acordo com a oposição para uma solução pacífica da crise no país.

Nas últimas horas, dezenas de deputados do Partido das Regiões (PR), que governa o país, abandonaram a legenda de Yanukovich e se mostraram dispostos a cooperar com a oposição para a criação de um governo de união nacional.

O partido de oposição Udar, liderado por Vitali Klitschko, anunciou neste sábado que apresentará no Parlamento uma resolução para exigir a renúncia de Yanukovich, o que permitiria a convocação de eleições presidenciais antecipadas.

"Atualmente, o único órgão legítimo de poder na Ucrânia é a Rada Suprema", proclamou Aleksander Turchinov, um dos dirigentes do principal partido opositor, o Batkivschina.

Já foi registrado na Rada um projeto de impugnação do presidente por iniciativa do deputado independente Nikolai Rudkovski, que abandonou o PR após a explosão dos primeiros distúrbios em novembro do ano passado.

Por outro lado, os grupos mais radicais dos protestos antigovernamentais exigem a renúncia imediata do presidente e advertem que a revolução nas ruas continuará até que o atual regime seja afastado do poder.

Os líderes do principal reduto dos protestos, a Praça da Independência, anunciaram que controlam toda a capital ucraniana e convocaram as forças de segurança a se juntar ao grupo de oposição.

Segundo os manifestantes, uma unidade de autodefesa se encontra dentro do edifício do Parlamento, que realiza hoje uma sessão extraordinária.

O ministro das Relações Exteriores da Polônia, Radoslaw Sikorski, garantiu hoje durante uma entrevista coletiva em Varsóvia que o acordo na Ucrânia não contemplava garantias de segurança para Yanukovich.

Sikorski criticou os grupos radicais na Ucrânia que querem a saída de Yanukovich e ameaçam recorrer à luta armada contra as autoridades e pediu que a comunidade internacional deixe que os próprios ucranianos decidam sobre seu futuro.

Após o acordo alcançado na sexta-feira para acabar com a violência armada em Kiev, o Parlamento aprovou uma lei que permitirá a libertação da ex-primeira-ministra Yulia Tymoshenko, que está presa e é a principal adversária de Yanukovich.

Além disso, destituiu de maneira fulminante o ministro do Interior, Vitaliy Zakharchenko, acusado pela oposição de ordenar em novembro a repressão violenta das manifestações pacíficas.

EFE   
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