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Europa

Vítimas dos ataques de Bruxelas começam a ganhar nome e rosto

25 mar 2016 - 13h23
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Os rostos e histórias das 31 vítimas dos atentados de terça-feira no Aeroporto e no metrô de Bruxelas começam a aparecer nos jornais e nas redes sociais, faltando ainda sua identificação oficial.

Em fotografias onde aparecem sorridentes e despreocupadas, algumas ao lado dos filhos ou de seus parceiros, se leem mensagens escritas por familiares e amigos, que muitas vezes provocam lágrimas.

Uma das vidas perdidas no metrô foi a de Léopold Hecht. Aos 22 anos, ele estudava Direito na Universidade de Saint-Louis, em Bruxelas, onde ganhou no ano passado o primeiro lugar em um concurso de oratória. No ataque ao metrô de Maelbeek, ele ficou gravemente ferido e faleceu horas depois.

A universidade confirmou em seu perfil do Facebook a morte do aluno em uma nota na qual o reitor Pierre Jadoul disse: "não há palavras para descrever nossa consternação pela notícia". A mãe do jovem disse ao jornal "La Dernière Heure" que irá doar seus órgãos e que espera que, com isso, consiga "salvar uma vida ou ajudar alguém".

Outra jovem vítima, esta no aeroporto, foi Bart Migom, estudante de 21 anos e morador de Diksmuide, na Bélgica. Ele pegaria um voo para os Estados Unidos para ver sua namorada, Emily Eisenman, com quem tinha conversado logo após chegar ao terminal. Após os atentados, ela divulgou fotos dele e deu uma entrevista à rede "CNN" na tentativa de localizá-lo.

O pai de Bart confirmou nesta quinta-feira o seu falecimento e a Escola de Bruges, onde ele estudava, suspendeu as aulas. O colégio informou que dará apoio psicológico aos colegas do rapaz.

Muitas vítimas eram estrangeiras. Adelma Marina Ruiz era uma delas. A peruana, de 36 anos, era casada com o belga Christophe Delcambe com quem tinha gêmeas. Eles estavam no aeroporto para ir a Nova York encontrar a família. Maureen, uma das meninas, e seu marido estão hospitalizados. Alondra, a outra filha, saiu ilesa.

O irmão de Adelma confirmou seu falecimento através do Facebook, em mensagem que dizia: "é muito complicado descrever a dor que sentimos em casa, mas é mais difícil ainda entender a forma com que o destino arrebata a vida a uma pessoa querida. Não sei o que fazer. Nunca entenderemos esse ataque". Adelma era chef de cozinha e planejava abrir um restaurante peruano em Bruxelas.

O casal de irmãos Alexander e Sascha Pinczowski, de nacionalidade holandesa, voltava a Nova York após visitar os pais, que moram em Lanaken, na Bélgica. De acordo com o jornal holandês "Algemeen Dagblad", as explosões aconteceram enquanto eles falavam ao telefone com a mãe para avisar que haviam chegado.

No mesmo lugar Fabienne Vansteenkiste, de 51 anos, perdeu a vida. Ela era funcionária do aeroporto e acabava de concluir o expediente quando as duas bombas explodiram. Depois de ficar alguns dias sem dar notícias, um primo, ex-funcionário da equipe de identificação de vítimas de catástrofes da Polícia Federal Belga, confirmou seu falecimento a "Het Laatste Nieuws".

Olivier Delespesse, professor de uma escola de ensino médio e funcionário da Federação Valônia-Bruxelas, se dirigia ao trabalho no vagão do metrô onde explodiu a bomba. A própria federação confirmou em seu perfil do Facebook o falecimento.

Ainda há dezenas de vítimas sem identificação e muitas pessoas que não foram localizadas. Entre elas Justin e Stephanie Shults, um casal americano que estava no aeroporto no momento das explosões e que segue com paradeiro desconhecido.

Sabrina Fazal, de 24 anos e nacionalidade belga, mãe de uma criança de 1 ano, poderia estar no metrô no momento da explosão. Seus amigos publicaram no Facebook uma mensagem para tentar localizá-la.

O secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, lembrou hoje em Bruxelas às vítimas e ofereceu "toda a assistência necessária" para "investigar" e "punir os responsáveis" destes "fatos desprezíveis" que provocaram "perdas irreparáveis".

Além dos que morreram ou estão desaparecidos, 300 pessoas, de cerca de 40 nacionalidades, ficaram feridas. Desse total, 150 seguem hospitalizados e 61 estão na UTI, de acordo com a ministra de Saúde belga, Maggie de Block.

EFE   
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