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Europa

Vítimas da queda de avião nos Alpes franceses são lembradas na Alemanha

17 abr 2015 - 13h11
(atualizado às 13h11)
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Os passageiros e tripulantes mortos na queda de um avião da empresa aérea Germanwings nos Alpes franceses foram lembrados nesta sexta-feira em uma homenagem durante a qual 150 velas foram acesas nos degraus do altar da Catedral de Colônia, na Alemanha.

Pessoas colocam flores do lado de fora da Catedral de Colônia, na Alemanha, durante cerimônia de homenagem às 150 vítimas do acidente com o voo da Germanwings. 17/04/2015
Pessoas colocam flores do lado de fora da Catedral de Colônia, na Alemanha, durante cerimônia de homenagem às 150 vítimas do acidente com o voo da Germanwings. 17/04/2015
Foto: Wolfgang Rattay / Reuters

Com a tristeza ainda latente pouco mais de três semanas após o acidente que matou todas as 150 pessoas a bordo, pequenos anjos de madeira foram colocados nos bancos da igreja para confortar os 500 familiares que tentam fazer as pazes com a maneira e a razão da morte de seus entes queridos.

O copiloto alemão Andreas Lubitz é suspeito de ter atirado a aeronave contra a encosta de uma montanha deliberadamente durante um voo de Barcelona a Duesseldorf no dia 24 de março.

Lubitz já havia sofrido de depressão profunda, e um computador encontrado em sua casa revelou que ele navegou na Internet para pesquisar formas de cometer suicídio nos dias que antecederam a queda. Promotores também encontraram licenças médicas rasgadas em sua residência mostrando que ele não deveria ter pilotado no dia do voo.

O presidente alemão, Joachim Gauck, declarou que a futilidade do desastre é especialmente horripilante, acrescentando que a tragédia provocou não somente dor e tristeza, mas choque com os abismos da alma humana.

“Estamos sendo confrontados com um ato de destruição perturbador. Não conseguimos encontrar uma resposta quando perguntamos por que tantas pessoas tiveram que morrer por causa de uma decisão tomada por uma pessoa”, disse ele na cerimônia.

Durante o memorial, os anjos de madeira também foram oferecidos a uma mulher que representava as famílias das vítimas, ao ministro do Interior espanhol, Jorge Fernández Díaz, ao ministro francês dos Transportes, Alain Vidalies, como gesto de gratidão pelos franceses que ajudaram os parentes, e ao diretor-gerente da empresa aérea Germanwings, Thomas Winkelmann, entre outros.

A chanceler alemã, Angela Merkel, e pessoas que auxiliaram na limpeza do local da queda se uniram aos moradores de Colônia na cerimônia.

Na praça diante da catedral, uma bandeira branca com uma cruz negra tremulava ao vento, enquanto velas vermelhas e brancas cintilavam. Flores brancas, vermelhas e azuis foram depositadas com mensagens de solidariedade.

“O tempo não cura todas as feridas; simplesmente nos ensina a viver com o que não conseguimos entender”, dizia uma delas, e outra declarava: “A depressão é imprevisível”.

Os investigadores suspeitam que Lubitz trancou o capitão do lado de fora da cabine antes de mirar o avião para baixo e aumentar sua velocidade várias vezes durante a descida, enquanto o piloto tentava abrir a porta da cabine à força e os passageiros gritavam.

A Lufthansa, companhia à qual pertence a Germanwings, cancelou as comemorações de seus 60 anos, marcadas para abril, em virtude do desastre, e montou telões em suas principais bases mostrando a cobertura ao vivo do memorial.

A empresa também publicou anúncios dedicados à memória de passageiros e tripulantes mortos na tragédia em grandes jornais com os dizeres “Jamais os esqueceremos”.

Bandeiras foram hasteadas a meio mastro em toda a Alemanha, e em Colônia ônibus e trens fizeram um minuto de silêncio antes do início da homenagem. Centenas de moradores locais se reuniram do lado de fora da catedral para assistir a cerimônia ao vivo em telões, e ela também foi transmitida pela televisão.

(Reportagem adicional de Stephen Brown e Victoria Bryan)

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