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Mundo

Veja tragédias que mataram centenas na "Era Putin"

12 ago 2010 - 08h46
(atualizado às 08h56)
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No dia 12 de agosto de 2000, o submarino nuclear Kursk afundou no Mar de Barents provocando a morte de 118 pessoas. A tragédia desencadeou uma onda de críticas ao então presidente Vladimir Putin - que havia assumido o cargo em 31 de dezembro de 1999 - pela maneira como tratou o caso. O período em que Putin - um ex-agente da KGB (o serviço secreto da União Soviética) - comandou a Rússia foi marcado por desastres que custaram a vida de centenas de civis russos. Confira:

Homem carrega menina ferida no ataque a uma escola de Beslan, onde 333 morreram, em setembro de 2004
Homem carrega menina ferida no ataque a uma escola de Beslan, onde 333 morreram, em setembro de 2004
Foto: Getty Images

Naufrágio do Kursk

Em 12 de agosto de 2000, o submarino nuclear Kursk afunda no Mar de Barents provocando a morte de seus 118 tripulantes. A imagem de Putin sofre o seu primeiro abalo político, uma vez que a imprensa crítica a sua atuação no caso, principalmente o fato dele ter levado quatro dias para se pronunciar sobre o incidente e pela não divulgação das causas que levaram ao naufrágio.

Contudo, segundo a BBC, o criticismo a Putin diminuiu quando dias mais tarde ele emitiu um pronunciamento em rede nacional pedindo desculpas pela sua atuação no caso. "Sim, eu cometi erros", disse Putin na época.

Um ano mais tarde, o vice-premiê Ilya Klebanov, indicado por Putin para comandar as investigações sobre o naufrágio, divulgou que o acidente foi provocado pela explosão de um de seus torpedos, sem no entanto informar o que causou essa explosão - um mistério que ainda não foi totalmente esclarecido.

Explosões em apartamentos

A primeira crise política de Putin veio um anos antes, em setembro de 1999, quando uma série de cinco explosões em blocos de apartamentos deixou centenas de civis russos mortos. Segundo a agência Reuters, mais de 300 civis russos morreram e cerca de outros mil ficaram feridos nos incidentes, que aconteceram nas cidades de Moscou, Buynaksk e Volgodonsk, entre os dias 4 e 16 de setembro. Terroristas chechenos foram responsabilizados pelos ataques e, posteriormente, condenados à prisão perpétua.

Os adversários do então primeiro-ministro Putin acusaram o governo russo de planejar os ataques à bomba com o intuito de jogar a opinião pública contra a região separatista da Chechênia. No dia 23 de setembro, ele ordenou o início de uma ofensiva contra Grozny, capital da Chechênia, que resultaria na retomada da região e na instalação de um governo leal à Moscou. A guerra da Chechênia alavancou a popularidade de Putin.

Reféns em teatro

Em 23 de outubro de 2002, até 50 terroristas ligados a grupos separatistas chechenos invadem o teatro Dubrovka, de Moscou, e tomam reféns. Na operação de resgate, as forças especiais russas utilizam um gás tóxico que acaba provocando a morte de 129 civis - apenas um deles morreu baleado pelos agressores - e deixam cerca de outros 700 em tratamento por intoxicação com o gás. A operação também culminou com a morte dos cerca de 50 terroristas - homens mascarados e mulheres vestidas de preto da cabeça aos pés.

Contudo, apesar das mortes de civis, a popularidade de Putin, já presidente russo, não foi abalada a e maioria da população aprovou a sua postura dura no caso e a decisão de não negociar com os terroristas, segundo a BBC.

Massacre em escola

No início de setembro de 2004, rebeldes islâmicos fazem mais de mil pessoas reféns em uma escola de Beslan, iniciando um cerco de três dias, que culminaria com a invasão do prédio pelas forças especiais russas. Segundo a agência

Reuters

, 333 reféns morreram no ataque - 186 deles eram crianças que estudavam no colégio. Após a tragédia, Putin admitiu que as autoridades russas não estavam prontas para combater este tipo de ameaça terrorista. "Nós nos mostramos fracos, e os fracos são batidos", disse o então presidente.

Após a tragédia, Putin conduziu uma série de reformas que incluíam o fortalecimento das forças especiais; mudanças eleitorais que centralizam o poder no Kremlin e deram ao governo russo o poder de indicar os governadores das províncias russas; e a concentração da mídia sob o controle do governo federal. O ataque de Beslan foi o último de grandes propopções promovido por rebeldes separatistas russos - neste caso ligados mais à Inguchétia do que à Chechênia.

Fonte: Redação Terra
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