PUBLICIDADE

Mundo

Vaticano diz ter tomado medidas contra bispo da Noruega

7 abr 2010 - 13h34
(atualizado às 13h43)
Compartilhar

O Vaticano tomou medidas com rapidez depois de ser informado em janeiro de 2009 sobre o caso do ex-bispo católico norueguês de origem alemã Georg Müller, que admitiu ter abusado sexualmente de um menor há 20 anos, informou nesta quarta-feira o porta-voz da Santa Sé.

"O caso fo abordado e examinado com rapidez por intermédio da nunciatura de Estocolmo, na Suécia, a pedido da Congregação para a Doutrina da Fé", afirmou o padre Federico Lombardi.

"Trata-se de um caso de abuso sexual de um menor cometido no início da décaa de 90 por parte do ex-bispo católico noruego de origem alemã, Georg Muller, que reconheceu ter abusado sexualmente de um menor há 20 anos", afirmou o Vaticano em um comunicado.

Georg Müller, de 58 anos, originário da região de Tréveris, na Alemanha, deixou suas funções de bispo de Trondheim (sul da Noruega) no ano passado, oficialmente por incompatibilidades com o trabalho.

Segundo o jornal norueguês Adresseavisen, que revelou o caso, os fatos ocorreram há 20 anos, quando Müller era bispo de Trondheim, terceira cidade em importância do país nórdico.

A vítima, um coroinha que agora tem 30 anos, obteve uma indenização da Igreja.

"O bispo apresentou sua renúncia em maio 2009, que foi aceita pelo Papa e se retirou em junho da diocese. Fez uma terapia e não realiza mais atividades pastorais", precisa a nota.

O Vaticano mudou de estratégia nos últimos dias ante os escândalos de pedofilia revelados nos últimos meses na Europa e nos Estados Unidos e, através do porta-voz, procura fazer declarações ante as denúncias, o que não costumava acontecer no passado.

A onda de escândalos de padres pedófilos abalou os católicos de todo o mundo e alcançou o próprio coração da Igreja católica na figura do controverso Papa Bento XVI.

Sua Santidade foi acusado de ter protegido padres pedófilos quando era arcebispo de Munique e quando estava à frente da Congregação da Doutrina da Fé (1981-2005), órgão guardião da ortodoxia dentro da Igreja católica.

Isso explica porque a Santa Sé tenta agora mostrar as medidas adotadas nos últimos anos contra esse fenômeno para provar que não tem sido negligente.

"Do ponto de vista legal, o caso prescreveu", indicou Lombardi, que precisou que a vítima "hoje em dia é adulta e pediu anonimato".

"Mesmo que os delitos tenham prescrito para a lei norueguesa, apra a Igreja continuam vigentes. Por isso Müller fez uma terapia e não tem funções episcopais e pastorais", explicou o atual bispo de Trondheim e Oslo, Bernt Eidsvig.

A Igreja da Noruega registrou outros três casos de pedofilia, dois ocorridos na década dos 50 e um terceiro mais recente, que envolve um sacerdote asiático que residiu nesse país há uns dez anos, indicou Eidsvig ao canal de televisão NRK.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
Compartilhar
Publicidade