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Europa

Últimos corpos do voo MH17 chegaram a Holanda neste sábado

Ao menos 193 pessoas que estavam neste voo eram holandesas

26 jul 2014 - 15h40
(atualizado às 16h01)
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O último avião procedente de Kharkov (Ucrânia) com partes de corpos humanos chegou neste sábado ao aeroporto de Eindhoven, na Holanda, onde uma cerimônia encerrou uma semana negra para o país, que perdeu pelo menos 193 cidadãos no voo da Malaysia Airlines MH17.

O Hercules holandês e o Boeing australiano que levavam algumas das últimas partes de corpos que faltavam ser levadas aterrissaram em torno das 13h45 GMT (10h45 de Brasília).

De Eindhoven, os restos humanos serão transportados por terra até a base de Hilversum, onde uma equipe de especialistas legistas da Holanda e de outros países realiza o processo de identificação, uma tarefa que pode levar semanas e até meses.

As duas aeronaves militares da Holanda e da Austrália, os dois países com mais vítimas entre os 298 ocupantes do avião mortos na tragédia aérea ocorrida em 17 de julho, começaram na quarta-feira passada a transportar os corpos do aeroporto de Kharkiv, sob controle da Ucrânia.

A Holanda se envolverá diretamente na busca de mais restos das vítimas com uma missão de 40 policiais que viajarão ao leste da Ucrânia, informou nesta sexta-feira o primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, ao parlamento.

Foto: Arte Terra

A polícia dos Países Baixos, além disso, fez nesta semana um apelo voltado a "pessoas que possam estar em posse de material associado ao acidente", segundo um comunicado.

Acrescentou que os investigadores "querem ter o retrato do cenário onde ocorreu o desastre antes, durante e depois" da derrubada por um míssil terra-ar do voo MH17, operado por Malaysia Airlines, quando sobrevoava território ucraniano controlado por separatistas pró-Rússia.

Os analistas holandeses consideram que ter imagens recentes do marco zero do desastre poderia ajuda-los a reconstruir o cenário, por isso divulgaram a chamada nos idiomas russo e ucraniano, além de em holandês.

Foto: Arte Terra

Em seu pronunciamento no comitê das Relações Exteriores da câmara, a segunda nesta semana, Rutte disse aos deputados que "se receberam 203 bolsas de transporte de cadáveres, mas isso não significa que sejam 203 corpos".

No avião estavam 298 pessoas, 193 delas holandesas e 37 australianas.

O Executivo de Rutte pretende que uma força composta por soldados da polícia, da polícia militar e do exército ajude no terreno nos trabalhos de resgate de todos os restos humanos que ficarem na região.

Por outro lado, Holanda e Austrália querem enviar uma missão policial e militar à zona do desastre com o apoio da ONU e preparam um projeto de resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas que ampare o envio da missão internacional.

Os deputados perguntaram à Rutte sobre a possível imposição de sanções à Rússia por parte da União Europeia (UE), possibilidade que os países da União Europeia não descartam pela cooperação praticamente nula de Moscou na redução de tensões na região, mas não por seu suposto envolvimento na derrubada do Boeing-777 malaio, que viajava de Amsterdã para Kuala Lumpur.

O primeiro-ministro australiano, Tony Abott, informou hoje que ainda há destroços do desastre em solo ucraniano.

Um dos investigadores enviados à zona por Malaysia Airlines assinalou neste sábado à imprensa que poderiam passar semanas até que todos os restos de corpos que faltam ser encontrados no perímetro de segurança sejam efetivamente repatriados.

Em Bruxelas, a UE reforçou sua lista negra de sancionados ucranianos e russos após a suposta derrubada do avião pelas forças pró-Moscou e planeja tomar medidas econômicas contra o Kremlin em reunião de embaixadores comunitários na próxima terça-feira.

EFE   
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