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Europa

Ucrânia vai defender-se caso paz fracasse, diz presidente

Quanto mais grupos táticos e batalhões do Exército ucraniano houver, mais tropas russas haverá no lugar, disse o presidente ucraniano

21 set 2014 - 20h56
(atualizado às 21h00)
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<p>"Devemos reforçar nossas linhas de defesa, reforçar nosso Exército", afirmou o presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko</p>
"Devemos reforçar nossas linhas de defesa, reforçar nosso Exército", afirmou o presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko
Foto: Mykola Lazarenko / Reuters

O presidente ucraniano, Petro Poroshenko, fez neste domingo uma advertência aos separatistas do leste do país e à Rússia, afirmando que a Ucrânia está disposta a se defender militarmente se o plano de paz fracassar.

O alerta foi feito depois da assinatura de um memorando de nove pontos no sábado em Minsk, capital de Belarus, que prevê a criação de uma zona desmilitarizada de 30 quilômetros de extensão na linha de frente.

Em um novo sinal da fragilidade da trégua, pelo menos dois soldados ucranianos morreram pouco depois da assinatura, e o Exército de Kiev anunciou que a zona desmilitarizada será possível apenas com um cessar-fogo total nas regiões separatistas de Lugansk e Donetsk.

Durante uma longa entrevista concedida a redes de televisão ucranianas, Poroshenko reconheceu que houve uma "desescalada" nas regiões rebeldes, mas que a Ucrânia tem que estar preparada para se defender se o plano de paz não funcionar.

"Devemos reforçar nossas linhas de defesa, reforçar nosso Exército", afirmou o chefe de Estado ucraniano, mencionando a aquisição "de equipamentos", disse o presidente ucraniano, anunciando que pretende comprar equipamentos de vigilância depois de ter recebido na semana passada a promessa dos Estados Unidos de uma ajuda de US$ 46 milhões para comprar material e formar o Exército.

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Ao mesmo tempo, ele descartou uma resposta unicamente militar aos rebeldes separatistas pró-russos. "Quanto mais grupos táticos e batalhões do Exército ucraniano houver (nas regiões separatistas), mais tropas russas haverá no lugar", afirmou.

As autoridades do Kremlin desmentem qualquer envolvimento direto no conflito, mas parte da imprensa russa afirma que vários paraquedistas foram enterrados na Rússia depois de terem morrido em combate no leste da ex-república soviética.

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Entraves do cessar-fogo

O porta-voz do Exército ucraniano, Andri Lysenko, afirmou neste domingo que a formação da zona desmilitarizada, de onde as armas pesadas deveriam ter sido retiradas na madrugada deste domingo, seria possível apenas depois de um cessar-fogo total nas regiões separatistas de Lugansk e Donetsk.

"Um dos principais pontos (do acordo assinado no sábado em Minsk) está relacionado ao cessar-fogo e só depois estão os outros pontos", declarou Lysenko. "Enquanto o primeiro ponto não for respeitado, não podemos falar dos seguintes", ressaltou.

O texto prevê a entrada em vigor simultânea dos pontos estabelecidosem relação ao território controlado pelos rebeldes, uma zona de 230 quilômetros de extensão entre Lugansk e o Mar de Azov ao sul, e de 160 quilômetros de extensão entre Donetsk, a oeste, e a fronteira russa, a leste.

Este memorando reforça um protocolo de cessar-fogo firmado em 5 de setembro, também em Minsk. Desde esse dia, pelo menos 37 civis e militares morreram no leste da Ucrânia, segundo uma contagem da AFP.

Em Donetsk, principal cidade em poder dos pró-russos, foram registrados novamente neste domingo disparos com armas pesadas nas imediações do aeroporto, controlado pelas forças ucranianas.

"Recebemos a ordem de não disparar com armas pesadas. Mas, quando dispararem contra nós, com certeza vamos responder. Quando detectam um movimento nosso, disparam. Cada um quer mostrar ao outro que continua ali", explicou o responsável militar da autoproclamada República Popular de Donetsk, conhecido como Denis.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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