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Mundo

Ucrânia: piora saúde de ex-premiê em greve de fome, diz filha

30 abr 2012 - 16h47
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A saúde da ex-primeira-ministra ucraniana Yulia Tymoshenko piorou com a sua greve de fome e a família dela espera que o governo tome medidas para que ela interrompa o protesto, disse a sua filha nesta segunda-feira. Yevgenia Tymoshenko disse a jornalistas em Praga que a família agora acredita que Yulia, que cumpre uma pena de 7 anos de prisão por acusações de abuso de poder, precisa de tratamento para a coluna fora da Ucrânia.

A ex-premiê ucraniana Yulia Tymoshenko mostra uma contusão que ela diz ter sofrido na prisão
A ex-premiê ucraniana Yulia Tymoshenko mostra uma contusão que ela diz ter sofrido na prisão
Foto: AP

A prisão de Tymoshenko tem abalado os laços da Ucrânia com a União Europeia e pode se tornar um constrangimento quando o país for coanfitrião do campeonato de futebol europeu em junho. Líderes europeus já ameaçaram boicotar o torneio e diversos deles cancelaram visitas ao país, agora governado pelo arquirrival de Tymoshenko, Viktor Yanukovich.

A UE criticou a condenação de Tymoshenko, considerada pelo bloco um exemplo de justiça seletiva, e advertiu a Ucrânia que seus membros não ratificarão acordos sobre associação política e de livre comércio enquanto ela permanecer na prisão. Tymoshenko está em greve de fome desde a semana passada, depois de dizer que foi espancada por guardas da prisão durante uma transferência forçada a um hospital para que fosse examinada por um antigo problema nas costas.

"Estamos correndo contra o tempo. Não sei quanto tempo minha mãe pode ficar em greve de fome, se podem ser cinco ou dez dias, não temos certeza", disse Yevgenia Tymoshenko. Falando ao lado de seu pai, que vive na República Checa, Yevgenia disse ter visitado a mãe na cadeia há dois dias.

"Ela estava muito fraca e sua condição física está piorando. Quando eles a agrediram, causaram mais dor às suas costas", afirmou. "Agora, ela está com muita dor, ela fica quase o tempo todo deitada. Ela não consegue se mexer muito, mas isso também é porque ela está fraca por causa da greve de fome. Nós esperamos muito que haja mudanças positivas fortes nas ações do regime com relação aos prisioneiros políticos para que ela possa parar a greve de fome o mais rápido possível."

As autoridades prisionais negam as acusações de Tymoshenko de que tenha sido espancada, mas um funcionário da área de direitos humanos na Ucrânia afirmou que Tymoshenko foi de fato ferida. O presidente Yanukovich determinou a abertura de uma investigação sobre o suposto espancamento. O governo alemão ofereceu tratamento a Tymoshenko em um hospital alemão, uma medida que poderia retirá-la da Ucrânia durante o campeonato europeu de futebol, mas não está claro se o governo ucraniano ou se Tymoshenko concordarão com isso.

Yevgenia disse nesta segunda-feira que a família considera o tratamento no Exterior como a única possibilidade. "Depois de ela ter sido levada a força ao hospital, eu entendo que ela não pode confiar nas pessoas do hospital, porque não foi escolha dela".

Ela disse que o torneio de futebol poderá ser uma chance para Yanukovich mudar de conduta. "A Euro 2012 é uma chance real para que Yanukovich e o governo dele comecem a se mover na direção de atender as demandas da assembleia parlamentar do conselho da Europa e de todo mundo democrático."

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