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Europa

Tropas russas se tornam agressivas e tensões aumentam

Discussões entre tropas russas e soldados ucranianos agravaram a situação na região da Crimeia nesta madrugada

8 mar 2014 - 11h53
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Membros da unidade de defesa pessoal da guarda pró-russa fazem juramento ao governo em Simferopol, na Crimeia, neste sábado, 8 de março
Membros da unidade de defesa pessoal da guarda pró-russa fazem juramento ao governo em Simferopol, na Crimeia, neste sábado, 8 de março
Foto: Reuters

As tensões aumentaram neste sábado na região da Crimeia, ocupada pela Rússia, depois que discussões durante a madrugada entre tropas russas e soldados ucranianos sitiados terem realçado ainda mais o maior confronto político entre Ocidente e Oriente desde o fim da Guerra Fria.

Os níveis de pressão cresceram muito na região nos últimos dois dias, desde quando a liderança regional declarou que agora faz parte da Rússia e anunciou um referendo em 16 de março para confirmar a mudança.

O presidente russo, Vladimir Putin, declarou há uma semana que a Rússia tem o direito de invadir a Ucrânia para proteger cidadãos russos, e seu Parlamento aprovou uma mudança na lei para que fique mais fácil anexar territórios.

Até agora, a tomada russa da península localizada no Mar Negro não teve violência, mas as forças da Rússia têm ficado cada vez mais agressivas contra as tropas ucranianas, cercadas em bases e sem oferecer resistência.

Tropas russas foram de caminhão até um posto de defesa aérea em Sebastopol, sede da frota do Mar Negro da Rússia e da marinha ucraniana, e tomaram controle da base durante a madrugada. Uma equipe de reportagem da Reuters no local afirmou que não houve feridos.

O serviço de imigração ucraniano afirmou que tropas russas também tomaram postos fronteiriços localizados no leste da península, despejando autoridades ucranianas e suas famílias de seus apartamentos no meio da madrugada.

<a data-cke-saved-href="http://noticias.terra.com.br/mundo/ucrania-x-russia/" href="http://noticias.terra.com.br/mundo/ucrania-x-russia/">veja o infográfico</a>

"A situação mudou. As tensões estão muito maiores agora. Vocês têm que sair. Vocês não podem filmar aqui", afirmou um soldado russo que carregava uma metralhadora, com sua face coberta, na base naval ucraniana de Novozernoye.

O ministro das Relações Exteriores polonês, Radoslaw Sikorski, afirmou neste sábado que a Polônia esvaziou seu consulado em Sebastopol devido às "seguidas perturbações causadas por forças russas".

Cerca de 100 russos armados vigiam os ucranianos que estão na base, onde um navio russo foi afundado propositalmente na entrada para impedir que os ucranianos fujam pelo mar.

"As coisas estão difíceis e o clima piorou. Os russos nos ameaçam quando vamos embora, tomam nossos alimentos e apontam armas contra nós", afirmou Vadim Filipenko, vice-comandante ucraniano na base.

Moscou nega que as tropas que ocuparam a Crimeia e falam russo estejam sob o seu comando, algo que os Estados Unidos classificam como "ficção de Putin".

Embora não usem insígnias, os soldados dirigem veículos com placas russas e se identificam como tropas russas para as forças ucranianas sitiadas.

Os EUA anunciaram sanções contra indivíduos que consideram culpados pela interferência na integridade territorial ucraniana, embora a lista ainda não tenha sido publicada.

A União Europeia também avalia a possibilidade de aplicar sanções, embora isso possa ser muito difícil de acontecer, pois o bloco tem 28 membros, a decisão precisa ser unânime e vários países dependam do gás natural russo.

O ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, não deu indicações de que a posição de Moscou mudou neste sábado, e insistiu que o governo de Kiev foi criado a partir de um golpe de Estado.

O líder pró-Moscou da Crimeia, Sergei Aksyonov, afirmou que o referendo sobre a anexação da região à Rússia, que acontecerá dentro de uma semana, foi convocado rapidamente para evitar "provocação".

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