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Europa

Transnístria mantém desejo de se integrar à Rússia

O parlamento da região, que rompeu laços com a Moldávia após um conflito armado na década de 1990, estuda agora introduzir a legislação russa em todo o território

4 abr 2014 - 13h08
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A Transnístria mantém vivo seu desejo de ser reintegrada à Federação Russa após a anexação russa da Crimeia, afirmou nesta sexta-feira à agência Efe Nina Shtanski, ministra das Relações Exteriores da república separatista moldávia.

"Desde o referendo de 2006 no qual mais de 97% dos habitantes de Transnístria apoiaram a independência de nossa república e seu livre ingresso na Federação Russa, seguimos de maneira coerente esse rumo", afirmou Shtanski, que respondeu por escrito às perguntas de Efe.

A diplomata ressaltou que a "Transnístria recebeu com entusiasmo a decisão que a Federação Russa tomou em linha com a vontade expressada pelo povo da Crimeia", em alusão ao referendo realizado no dia 16 de março na península.

"Apoiamos essa decisão da Rússia, já que estamos convencidos de que o destino de um povo só pode ser determinado por ele mesmo, e que o direito à autodeterminação dos povos é crucial no mundo atual, em particular, no contexto da estabilidade regional", disse.

O parlamento da Transnístria, que rompeu laços com a Moldávia após um conflito armado (1992-93), estuda agora introduzir a legislação russa em todo o território, prelúdio de sua unificação com a Rússia.

"Desde o momento de sua criação, a República Moldávia da Transnístria exerce o controle sobre seu território e dispõe de soberania. Temos nosso próprio sistema de câmbio e nossa divisa", acrescentou a titular da pasta.

Shtanski considera que sua república é um exemplo para outros territórios que busquem a autodeterminação, já que conta com uma economia auto-suficiente que garante a proteção social de seu povo, "apesar à necessidade de superar um bloqueio permanente".

"Em muitos indicadores podemos servir de exemplo para os países vizinhos, no que se refere a baixos níveis de criminalidade e corrupção, e à defesa social dos setores mais desfavorecidos", acrescentou.

Também destacou que as pensões na Transnístria são maiores que na Moldávia, enquanto as despesas comunitárias são menores. 

Ela justificou a presença militar da Rússia, que tem cerca de 1.500 soldados que exercem forças de pacificação e garantem a segurança dos antigos arsenais soviéticos, ao considerar que continua sendo necessária.

"Pode-se falar se o papel das tropas russas fazem ou não sentido quando realizam uma operação de paz em condições de conflito congelado? É preciso assumir que é muito relativo o fato de que o conflito ainda está congelado e, infelizmente, atualmente no mundo não há poucos exemplos disso", destacou.

Shtanski assegurou além disso que "a operação de pacificação que se realiza em Transnístria é, sem exagerar, a mais eficaz", embora a parte moldávia exige sua retirada, ao considerar que já cumpriu seu papel.

A presença militar russa "é, seguramente, a única garantia de paz e, graças a ela, as condições estão ótimas para entabular um processo negociador em nível político e diplomático", recalcou.

Quanto aos militares russos que guardam os arsenais e outras instalações, sustentou que "cumprem as funções definidas em acordos conjuntos (entre Moldávia e Transnístria) garantidos pela Federação Russa".

<a data-cke-saved-href="http://noticias.terra.com.br/mundo/crimeia/" href="http://noticias.terra.com.br/mundo/crimeia/">veja o infográfico</a>
EFE   
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