PUBLICIDADE

Europa

Terminam consultas políticas; Itália segue em impasse

Falta de acordo entre partidos italianos forçou o presidente Napolitano a ganhar mais tempo

29 mar 2013 - 17h13
(atualizado às 19h18)
Compartilhar
Exibir comentários

O presidente italiano, Giorgio Napolitano, concluiu nesta sexta-feira a segunda rodada de consultas sem conseguir tirar a Itália do atoleiro político, informaram fontes da Presidência.

"O presidente vai se dar um prazo para refletir", explicou à imprensa o porta-voz da Presidência, sem indicar a data em que Napolitano anunciará se encarrega ou não uma nova personalidade política de formar um governo.

Os principais líderes políticos se reuniram nesta sexta com Napolitano que tenta encontrar uma saída para o impasse após o fracasso do líder do Partido Democrático, Pier Luigi Bersani, em conseguir o apoio necessário para formar um governo estável.

O chefe de Estado se reuniu por último com os líderes do Partido Democrático, que contam apenas com a maioria na Câmara dos Deputados.

"Propusemos uma convenção constituinte para que seja resolvido o impasse em que a Itália se encontra", declarou Enrico Letta, vice-presidente do partido e braço direito de Bersani. Letta considera fundamental "reduzir o número de províncias, adotar uma nova lei eleitoral e diminuir o número de parlamentares", entre os pontos mencionados.

O dirigente do PD descartou qualquer aliança com a direita do magnata das comunicações Silvio Berlusconi. "Não é a solução idônea para sair da situação", afirmou Letta, que disse claramente que seu partido apoiará "de forma responsável" as decisões que Napolitano tomar.

Letta lamentou as negativas recebidas pelo projeto de Bersani, o que coloca em perigo o desejo de "mudança" manifestado claramente pelos italianos através do voto, disse.

O Movimento 5 Estrelas (M5S), que representou o voto de protesto nas eleições legislativas do final de fevereiro, pediu novamente nesta sexta para formar um governo com seus próprios representantes, recusando-se a apoiar um executivo sob outra liderança.

"Reafirmamos que nós não daremos a nossa confiança a um governo político nem pseudo-técnico formado por esses partidos", declarou o líder do grupo M5S no Senado, Vito Crimi, ao final de um encontro com Napolitano.

"Nós dissemos que se trata de um governo de políticos ou de homens políticos disfarçados de técnicos, então, não estamos de acordo", insistiu.

Perguntado sobre a hipótese de um "governo institucional do presidente", Crimi respondeu: "Essa hipótese não está sobre a mesa", mas não chegou a terminar sua frase quando mencionava o "momento em que será anunciado um nome...", algo que a imprensa interpretou como uma porta aberta.

Em troca, "estamos prontos para formar um governo 5 Estrelas, relançamos essa hipótese ao presidente Napolitano", ressaltou o chefe dos senadores do M5S.

Além disso, "se o movimento receber um mandato para realizar consultas, nós daremos um nome a Napolitano, assim como tudo o que for útil. Já temos um programa", afirmou Crimi.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
Compartilhar
Publicidade
Publicidade