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Europa

Syriza apoia Tsipras e convoca congresso extraordinário para setembro

30 jul 2015 - 19h44
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O Comitê Central do partido Syriza, que governa a Grécia, decidiu nesta quinta-feira apoiar a proposta de seu líder, o primeiro-ministro Alexis Tsipras, de convocar um congresso extraordinário em setembro, assim que forem concluídas as negociações para o terceiro resgate.

Após um acalorado debate que se prolongou por mais de 12 horas e que evidenciou a profunda divisão no partido, já que uma clara maioria dos 200 integrantes do Comitê Central apoiou a proposta de Tsipras de deixar o congresso para setembro.

Uma minoria optou pela proposta da corrente mais radical, a denominada Plataforma de Esquerda, que pedia a realização imediata do congresso para decidir se o governo deveria continuar as negociações com os credores ou suspendê-las.

O porta-voz desta plataforma e ex-ministro de Energia, Panayotis Lafazanis, criticou o governo por sua escolha de manter a Grécia na zona do euro e por ter "elevado o euro a um dogma religioso".

"É um mito insistir que o retorno às moedas nacionais é impossível", disse Lafazanis em resposta a Tsipras, que enfatizou que a Grécia não tinha outra alternativa a não ser chegar a um compromisso com os sócios europeus, pois a outra opção teria sido "uma quebra incontrolada".

Tsipras pediu tempo para debater a estratégia do partido e, por isso, propôs um congresso extraordinário em setembro, com a escolha de delegados que representem as novas bases, que triplicaram desde que o Syriza se tornou o partido do governo.

Por outro lado, a Plataforma de Esquerda reivindicou a convocação do congresso permanente, que engloba apenas os delegados escolhidos há dois anos e representam o Syriza dos tempos da oposição.

Lafazanis chamou de "piada" e fora de sentido a intenção de se fazer um congresso após a assinatura do acordo de resgate.

"É essa a democracia que queremos? A ditadura do euro?", se perguntou Lafazanis.

Muitos membros do comitê evidenciaram o mal-estar que lhes causa ter que abandonar boa parte de seu programa político, mas defenderam a linha governamental como uma possibilidade de continuar representando os mais necessitados na sociedade.

"O povo e as forças políticas não escolhem as condições nas quais terão que atuar, mas podem tentar melhorá-las", disse Tsipras.

O vice-primeiro-ministro, Yannis Dragasakis, também alertou durante a reunião sobre os riscos de uma queda do governo esquerdista.

"Se voltarmos para a oposição, nunca mais teremos a oportunidade de provar nossos pontos fortes e nossos pontos fracos", opinou Dragasakis.

O racha no partido ficou evidente com a renúncia de 17 membros do Comitê Central que, em carta divulgada durante a reunião, acusaram a liderança do Syriza de querer transformá-lo no "partido dos programas de resgate".

EFE   
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