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Europa

Suposto membro da ETA detido no Rio de Janeiro quer pedir asilo político

18 jan 2013 - 17h25
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O suposto membro da organização terrorista ETA Joseba Gotzon Vizan González, detido nesta sexta-feira no Rio de Janeiro, perguntou aos policiais que o detiveram sobre a possibilidade de pedir asilo no Brasil.

Essa informação foi dada pelo superintendente da Polícia Federal no Rio de Janeiro, Valmir Lemos de Oliveira, em entrevista coletiva na qual explicou detalhes da detenção.

"Foi um comentário sem maior profundidade", disse Oliveira sobre a pergunta feita pelo detido, que que fugiu da Espanha em 1991 após a desarticulação do "comando Vizcaya" da ETA e se estabeleceu primeiro na França e depois no México em 1993, desembarcando no Brasil em 1996.

Segundo o policial, a detenção aconteceu em um bairro da Zona Sul do Rio de Janeiro, onde Vizan González vivia com sua esposa, também espanhola, sob a identidade falsa de Aitor Julián Arechaga Echevarría, que aparentemente é um outro cidadão espanhol sem relação alguma com o suposto membro da ETA.

A detenção aconteceu em virtude de uma determinação ditada pela Audiência Nacional, tribunal espanhol responsável por crimes de terrorismo.

Vizán González é acusado de ter participado, em 14 de janeiro de 1988, junto com outros membros do mesmo comando, de um atentado a bomba contra o veículo do policial Manuel Muñoz Domínguez, que ficou gravemente ferido. Dias depois, em ação semelhante, supostamente tentou assassinar outro policial, José María Diéguez García, em Bilbao.

No dia 13 de abril de 1988, os membros do comando Vizcaya, com suposto apoio de Vizán González, fracassaram ao atentar, por meio do lançamento de granadas, contra uma comissária do País Basco.

O detido disse aos policiais que as acusações que contra ele na Espanha são de natureza "política", segundo Oliveira, que acrescentou que a investigação que levou à captura acelerou nos últimos dias porque na semana que vem prescreveriam os crimes pelos quais ele deve responder na Espanha.

O suposto membro da ETA, que no Rio de Janeiro dava aulas de espanhol e fazia traduções, iniciou no ano passado os trâmites para obter direito a residência permanente no Brasil, acrescentou o policial.

De acordo com Oliveira, Vizan González não ofereceu resistência à detenção e admitiu que usava documentos falsos, crime pelo qual pode ser condenado a até cinco anos de prisão. O espanhol será levado ao presídio Ari Franco, também no Rio de Janeiro.

EFE   
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