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Europa

Suíça bloqueia bens de Kadafi e familiares

24 fev 2011 - 15h20
(atualizado às 15h47)
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A Suiça ordenou nesta terça-feira o bloqueio imediato dos bens do líder Muammar Kadafi e familiares nesse país, informou o governo suíço.

Homem passa perto de carros destruídos após terem sido queimados por manifestantes, em Tobruk
Homem passa perto de carros destruídos após terem sido queimados por manifestantes, em Tobruk
Foto: Reuters

"O Conselho Federal condena com a maior firmeza a violência empregada pelo homem forte da Líbia contra seu povo", assinala o ministério suíço das Relações Exteriores em um comunicado.

"Ante os acontecimentos, o Conselho Federal decidiu desbloquear com efeito imediato todos os bens eventuais de Muammar Kadafi e de seus familiares na Suíça", afirma o texto, acrescentando que a medida ficará em vigor por três anos.

Líbios enfrentam repressão e desafiam Kadafi

Impulsionada pela derrocada dos presidentes da Tunísia e do Egito, a população da Líbia iniciou protestos contra o líder Muammar Kadafi, que comanda o país desde 1969. As manifestações começaram a tomar vulto no dia 17 de fevereiro, e, em poucos dias, ao menos a capital Trípoli e as cidades de Benghazi e Tobruk já haviam se tornado palco de confrontos entre manifestantes e o exército.

Os relatos vindos do país não são precisos, mas tudo leva a crer que a onda de protestos nas ruas líbias já é bem mais violenta do que as que derrubaram o tunisiano Ben Ali e o egípcio Mubarak. A população tem enfrentado uma dura repressão das forças armadas comandas por Kadafi. Há informações de que Força Aérea líbia teria bombardeado grupos de manifestantes em Trípoli. Estima-se que centenas de pessoas, entre manifestantes e policiais, tenham morrido.

Além da repressão, o governo líbio reagiu através dos pronunciamentos de Saif al-Islam , filho de Kadafi, que foi à TV acusar os protestos de um complô para dividir a Líbia, e do próprio Kadafi, que, também pela televisão, esbravejou durante mais de uma hora, xingando os contestadores de suas quatro décadas de governo centralizado e ameaçando-os de morte.

Além do clamor das ruas, a pressão política também cresce contra o coronel Kadafi. Internamente, um ministro líbio renuncioue pediu que as Forças Armadas se unissem à população. Vários embaixadores líbiostambém pediram renúncia ou, ao menos, teceram duras críticas à repressão. Além disso, o Conselho de Segurança das Nações Unidas fez reuniões emergenciais, nas quais responsabilizou Kadafi pelas mortes e indicou que a chacina na Líbia pode configurar um crime contra a humanidade.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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