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Suíça avança para desvendar mistério do envelhecimento

22 mai 2013 - 16h04
(atualizado às 17h10)
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Cientistas suíços anunciaram nesta quarta-feira ter dado um passo adiante para revelar o mistério do envelhecimento, após descobrir o impacto de um gene ligado à longevidade em camundongos e, depois, conseguir estender em 60% a vida de vermes graças a um tratamento básico com antibióticos. "Eles não só estão vivendo mais, mas também estão mais saudáveis", afirmou Johan Auwerx em um vídeo divulgado pela Escola Politécnica de Lausanne (EPFL), um instituto de pesquisas de ponta suíço.

As descobertas da equipe de Auwerx foram publicadas na revista científica britânica Nature.

O objetivo da pesquisa foi descobrir porque alguns indivíduos da mesma espécie conseguem ter uma vida mais longa do que outros. "Por algum tempo, nosso laboratório vem usando uma população de referência de camundongos com genética complexa, que imita a população humana, para estudar o envelhecimento", explicou Auwerx.

Os cientistas começaram examinando a mitocôndria dos roedores - uma usina de energia em escala celular - e descobriram três genes que afetam a expectativa de vida dos animais através da velocidade com que funcionam. Aqueles que tiveram seus genes 50% mais lentos viveram 250 dias mais ou cerca de 30% do que a expectativa de vida dos camundongos. "Com base nesta observação, nós trocamos o modelo e começamos a validá-lo em um verme", disse Auwerx.

"Derrubando as mesmas proteínas, pudemos ver um aumento de até 60% na duração da vida do verme", acrescentou.

Auwerx ressaltou que quando a mitocôndria é composta de bactérias que vivem dentro das células, sua equipe fez o experimento com antibióticos, que visam as bactérias. "Pudemos ver que tratar os vermes com antibióticos também imitou os efeitos genéticos e que eles também viveram 60% mais", passando de 19 dias para 30, explicou.

A mitocôndria transforma nutrientes em vários tipos de proteínas e alguns estudos anteriores sugeriram que ela pode ser o motor do envelhecimento.

A equipe científica suíça, trabalhando com colegas da Holanda e dos Estados Unidos, conseguiu identificar o gene específico envolvido no processo e descobriu como as variações na proteína poderia afetar a expectativa de vida. Eles descobriram que as chamadas MRPs - proteínas ribossomais mitocondriais - tiveram um impacto inversamente proporcional na longevidade. Além disso, viram que a falta de MRPs em momentos chave dos estágios iniciais do desenvolvimento do indivíduo causou estresse na mitocôndria. Isso teve impactos negativos de curto prazo, como redução da fertilidade, mas a longo prazo pareceu resultar em melhor estrutura muscular, assim como em uma vida mais longa.

Os cientistas reforçaram que estudos mais aprofundados são necessários para confirmar se os antibióticos podem ser usados para controlar o envelhecimento em mamíferos.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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