PUBLICIDADE

Europa

Suécia refuta acusações do Equador sobre sua Justiça

16 ago 2012 - 10h04
(atualizado às 11h50)
Compartilhar

A Suécia rejeita "com firmeza qualquer acusação" de que sua Justiça não garante os direitos de defesa, afirmou o ministro das Relações Exteriores, Carl Bildt, após uma referência neste sentido do Equador, que concedeu asilo a Julian Assange. Segundo a agência AFP, após a decisão, o governo sueco decidiu convocar o embaixador equatoriano no país para explicações.

O chanceler equatoriano, Ricardo Patiño, concede entrevista em que anunciou a concessão de asilo a Assange
O chanceler equatoriano, Ricardo Patiño, concede entrevista em que anunciou a concessão de asilo a Assange
Foto: Reuters

"Nosso sólido sistema jurídico e constitucional garante os direitos de todos. Rejeitamos com firmeza qualquer acusação que sugira o contrário", escreveu Bildt no Twitter.

Já o porta-voz do ministério sueco das Relações Exteriores, Anders Jorle, confirmou a convocação do embaixador equatoriano. "O embaixador do Equador é esperado no ministério o mais rápido possível. As acusações (do ministro equatoriano das Relações Exteriores) formuladas são graves e é inaceitável que o Equador queira deter o processo judicial sueco e a cooperação judicial europeia".

Assange é solicitado pela Suécia para ser julgado por acusação de abuso sexual. No entanto, acredita-se que ao chegar no país nórdico ele seria novamente extraditado para os Estados Unidos, onde ele responderia por acusações de espionagem em consequência das revelações de centenas de milhares de telegramas diplomáticos e documentos de Washington sobre as guerras do Iraque e Afeganistão.

De acordo com o ministro das Relações Exteriores, Ricardo Patiño, o Equador considerou que Assange sofre perseguição política e que existem sérias ameaças contra sua segurança e vida. Ele diz que o seu país também considerou que Assange não terá um tratamento justo caso seja extraditado para os Estados Unidos e que teme que ele seja julgado por um tribunal de exceção e condenado à morte.

Patiño afirmou que em diversas ocasiões o Equador tentou manter diálogos diplomáticos de alto nível com os outros três países implicados no caso, mas que as negociações não resultaram em garantias de que Assange teria um julgamento justo e não seria extraditado para os Estados Unidos.

Após o anúncio do chanceler equatoriano, o governo do Reino Unido afirmou que manterá sua intenção de extraditar Assange para a Suécia. "Estamos desapontados com a declaração do ministro de Relações Exteriores do Equador, de que o país ofereceu asilo político a Julian Assange", afirmou o porta-voz do Departamento de Relações Exteriores britânico.

"Sob a legislação britânica, o senhor Assange exauriu todas as suas opções de apelação e as autoridades britânicas têm a obrigação de extraditá-lo para a Suécia. Nós devemos realizar esta obrigação", acrescentou o porta-voz. Antes mesmo de o Equador tomar uma decisão, o governo britânico já havia informado que negará o salvo-conducto a Assange, mecanismo que permite que ele deixe o país e se destine ao Equador.

Com informações das agências internacionais

Fonte: Terra
Compartilhar
Publicidade