Suécia evita se pronunciar sobre possível asilo a Assange
16 ago2012 - 11h45
(atualizado às 12h40)
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A Promotoria sueca evitou nesta quinta-feira se pronunciar sobre a eventual concessão de asilo do Equador ao fundador da WikiLeaks, Julian Assange, ao mesmo tempo que a Justiça do Reino Unido quer extraditá-lo para a Suécia, onde ele é acusado de crimes sexuais.
A diretora da Promotoria, Marianne Ny, disse em um breve comunicado que "não comentará o assunto enquanto ele estiver sendo administrado pelas autoridades britânicas", já que Assange está em Londres.
A nota argumenta, além disso, que "o fato de o Equador ter garantido asilo a Julian Assange não afeta a investigação criminal sueca", que segue aberta.
Em declarações anteriores à agência EFE, uma porta-voz da Promotoria sueca explicou, quando a concessão de asilo ainda não tinha sido feita, que acompanhavam atentamente a evolução do caso Assange, mas que preferiam não se posicionar.
"Não vamos fazer nenhum comentário a respeito. Nem depois da decisão do Equador. Só nos pronunciaremos caso Assange seja definitivamente extraditado para a Suécia", explicou a porta-voz da Promotoria.
Pouco depois, o ministro de Relações Exteriores equatoriano, Ricardo Patiño, anunciou em entrevista coletiva sua decisão final sobre o pedido de asilo político de Julian Assange.
O Poder Executivo britânico contra-atacou dizendo que pode se amparar em uma lei de 1987 que permite revogar o status diplomático de uma embaixada, o que o Equador qualificou como "ameaça".
Além disso, reiterou que o Equador tem a "obrigação legal" de entregar Assange para que o Reino Unido prossiga com seu processo de extradição a Suécia.
A Justiça sueca mantém sua decisão de permanecer à margem do que considera um assunto "bilateral" entre Reino Unido e Equador, como já havia se manifestado em junho, quando Assange entrou na embaixada equatoriana em Londres e solicitou asilo político.
"Uma eventual solicitação deste tipo deve ser tratada entre as autoridades britânicas e as equatorianas, e não tem nada a ver com a investigação criminal sueca", afirmou então a promotoria em comunicado.
Homem é preso durante manifestação de apoio a Julian Assange em frente à embaixada equatoriana em Londres. Policiais britânicos e manifestantes cantando slogans em apoio a Assange entraram em confronto do lado de fora da embaixada equatoriana nesta quinta-feira, após a Grã-Bretanha afirmar que poderia entrar no prédio para deter o fundador do WikiLeaks, que está abrigado no local
Foto: AP
Homem foi preso durante o protesto. Cerca de 20 policiais estavam do lado de fora da embaixada equatoriana tentando afastar o grupo de cerca de 15 manifestantes. Pelo menos três pessoas foram arrastadas pela polícia, enquanto o grupo gritava: "Vocês estão tentando começar uma guerra com o Equador"
Foto: AP
Manifestantes pedem liberdade para Assange e liberdade de expressão durante o ato
Foto: AP
Jornalistas se reúnem do lado de fora da embaixada equatoriana, em Londres, para esperar os desdobramentos do caso
Foto: AP
Simpatizante do fundador do WikiLeaks é preso pela polícia nesta quinta-feira
Foto: AP
Manifestante é afastada da frente da embaixada britânica durante o protesto
Foto: AP
Ricardo Patiño, chanceler equatoriano, anuncia em entrevista coletiva em Quito que o Equador concerá asilo político a Julian Assange
Foto: AP
Manifestantes seguram a bandeira equatoriana em frente à embaixada em Londres em apoio à decisão de Quito de garantir asilo a Assange
Foto: AP
A embaixadora equatoriana no Reino Unido, Ana Albán, deixa a embaixada em Londres, onde Assange está desde junho
Foto: EFE
Manifestante mascarado segura uma cartaz em frente à embaixada equatoriana na capital inglesa
Foto: AP
A embaixada do Equador em Londres virou cenário de manifestações nesta quinta-feira, quando Quito anunciou, por meio de seu chanceler, que concederá asilo político a Julian Assange, fundador do WikiLeaks, refugiado na representação diplomática do país sul-americano desde junho